Uma história real para alguém que perdeu seus entes queridos:

Certa vez, uma mãe pegou seu filho morto nos braços e foi até a casa do iluminado, e lhe disse: "veja! o que eu mais amo já não está entre nós, arranque do meu peito a minha dor". O iluminado respondeu: "deixe aqui seu filho, vá a todas as casas da aldeia e pergunte se ali há uma semente de flor. Pergunte também se ali já se chorou a morte de alguém amado". 

Algum tempo, a mãe voltou e disse ao iluminado: "não achei semente de flor em todas as casas, mas em todas elas já se chorou a morte de alguém amado". O iluminado então perguntou àquela mãe se ela havia aprendido algo com a experiência e ela respondeu que sim; aprendeu que a morte faz parte da vida. O iluminado então disse à mãe que ela podia sepultar seu filho, pois já tinha aprendido que a morte faz parte da vida. 

A mãe, porém, retrucou "saber que a morte faz parte da vida não elimina a minha dor". O iluminado então disse: "se queres eliminar a sua dor, é simples: elimine todo o amor que você tem pelo seu filho e não sofrerá mais". A mãe conclui: "mas é o amor que tenho pelo meu filho que o mantém vivo dentro de mim". 

Já dizia Guimarães Rosa "o homem não morre, fica encantado” e eu acrescento que o homem fica encantado no coração de Deus e dos amigos com os quais ele jogou bola, se divertiu e amou. Viver é uma dádiva, um presente, mas é preciso construir a eternidade, depositar o coração em Deus e a cada dia deixar que ele tome posse em nossos corações, para que não haja estranhamento quando chegar aquela hora que nós não sabemos quando será.

Estas palavras são verdadeiras pela própria razão de ser. Tem um propósito inusitado: que todos meus colegas como um todo sintam a grandeza de Deus Pai e todo o Poderoso. Peço ainda ao dirigente mó da AAFEC que publique estas humildes palavras em nosso jornalzinho mensal, e que cada um guarde em si esta lembrança deste humilde colega e amigo de todos, Edmilson da Silva Porto.

Fonte: AAFEC em Revista (87ª edição)