28/09/2014

Bibliotecária leva a 'magia' dos livros para idosos de bairro rural

Uma bibliotecária de Cruzália (SP), região de Assis, criou um projeto que ajuda muitos idosos. Eva Campos leva livros da biblioteca até o bairro rural do Cateto, mas além do contato com as obras, ela também lê para os aposentados que passam a maior parte do dia sozinhos e acaba fazendo boas amizades.

Eva mora no bairro rural com cerca de 500 pessoas e sempre que ia trabalhar percebia que os idosos da vizinhança ficavam sem companhia. Ela então resolveu pegar parte do acervo da biblioteca da cidade, que fica a 9 km do bairro e levar para perto dos idosos. “O objetivo dele é levar alegria, prazer na leitura, na conversa, é carinho, amor, contato. Parar pra ouvir porque eles tem necessidade de serem ouvidos”, conta Eva.

A força da aposentada Aurora Lourdes Barbosa de 83 anos já não é mais a mesma de quando trabalhava na lavoura e agora ela passa a maior parte do tempo no sofá. Mas uma vez por semana, quando Eva e os livros a visitam e a alegria invade a casa da aposentada. “É amiga minha de coração”, declara Aurora.

As visitas são agendadas e feitas uma vez por semana. São programadas para durar uma hora, mas acabam se estendendo por 2 ou até 3 horas. Atualmente, são 20 idosos do bairro recebendo as visitas. A aposentada Maria José Santos Silva fugiu da seca no sertão do Sergipe há 40 anos e veio para o Vale do Paranapanema e ficava sozinha em casa quando as netas iam trabalhar. Agora Eva e as histórias dos livros são sua companhia. “Se já tinha amor por eles, agora tenho mais.”

Por enquanto, as visitas são feitas só no bairro do Cateto, mas a ideia da criadora do projeto é fazer com que outras pessoas, em outras cidades, se inspirem a levar um brilho a mais para a vida dos idosos. E segundo a geriatra Paula Zamora, as visitas levam saúde para a terceira idade.

“Eu acho muito importante para parte de memória, porque a gente percebe que eles conseguem dar continuidade a uma história depois de um tempo das visitas. Então isso é importante pra memória e pra socialização, porque o idoso vai se deixando levar com o passar da idade”, afirma a geriatra.

Com o projeto, Eva já mudou a vida de várias pessoas da zona rural de Cruzália, inclusive a dela própria. “Me sinto realizada. Todo amor que eu levo pra eles eu sinto de volta”, comemora.

Fonte: www.g1.globo.com/