12/02/2009

Casos de virose lotam hospitais de Fortaleza

Fonte: Diário do Nordeste
 
Dor no corpo e de cabeça, febre, diarréia, náuseas e vômitos são os mais conhecidos sintomas da virose que está vitimando a população de Fortaleza. Sempre acompanhadas das chuvas, várias modalidades de viroses castigam os fortalezenses, que superlotam as emergências dos hospitais secundários da cidade, quando poderiam ser atendidas nas unidades básicas de saúde.

Por causa dessas viroses que sempre chegam com as chuvas, a média de atendimento diário do Hospital Distrital Maria José Barroso - o Frotinha de Parangaba - aumentou de 600 para cerca de 750 atendimentos. A informação é do diretor do hospital, Paulo Vasques. Segundo ele, nas últimas semanas, foi registrado um aumento considerável de pacientes apresentando esse quadro clínico à procura de acompanhamento.

O Frotinha de Parangaba está atendendo uma média de 20 mil pacientes por mês, mas, quando começa a chover, esse número salta para 25 mil mensais. O diretor do hospital explica que os sintomas da virose podem ser confundidos com a dengue, que também não deixou de atingir a população. A manifestação do mal-estar geralmente dura de 24 a 48 horas e não precisa necessariamente de atendimento hospitalar, mas de repouso domiciliar.

O tratamento, conforme Vasques, é feito basicamente com medicamentos para febre e dor, como o paracetamol e a dipirona, repouso e muita hidratação oral com água.

O médico alerta, no entanto, que se passar de 48 horas com manifestações fortes dos sintomas, é que a pessoa deve procurar uma unidade de saúde. “Normalmente, a pessoa se sente mal e procura logo o hospital que tem emergência, porque funciona 24 horas. O ideal é que o paciente se dirija primeiro para a unidade básica de saúde e, se houver necessidade, eles encaminham para a emergência”, recomenda.

O diretor do Frotinha de Parangaba estima que cerca de 60% dos pacientes que são atendidos na emergência do hospital poderiam ser contemplados nas unidades básicas e é justamente por isso que, muitas vezes, o hospital fica superlotado. “Além das viroses, o hospital não deixa de atender outras patologias mais graves e isso cria uma dificuldade grande”.

A vendedora Cléia Lima é uma das pacientes que faz parte desse perfil. Ontem pela manhã, acordou com febre, dor no corpo e dor de cabeça, além de náuseas e se dirigiu à emergência do Frotinha de Parangaba para se consultar. “Não fui nem trabalhar e vim direto para cá. Já tive dengue e achei os sintomas parecidos”, conta.

Depois da virose atingir sua esposa e sua filha, foi a vez do pedreiro Raimundo Nonato Alves. “Fui trabalhar e não agüentei, por isso vim logo para o hospital. Tive febre, diarréia, vômitos e muita dor no corpo”. Já a comerciante Rita Oliveira da Silva procurou o hospital por falta de ficha no posto. “Há duas semanas estou com os sintomas da virose”.

Dengue

O diretor do Frotinha de Parangaba, Paulo Vasques, alerta também para o crescimento no número de casos de dengue, que geralmente tendem a aumentar também com a chegada das chuvas. “A chuva, para a saúde pública, é um prenúncio de problemas”, disse.

A Vigilância Epidemiológica do hospital, conforme ele, está atenta a esse aumento, bem como a Comissão de Infecção Hospitalar, que atua na identificação e diagnóstico dos potenciais casos graves. “ Para reduzir a mortalidade pela dengue, são selecionados aqueles pacientes que podem vir a ter complicações”, explica.

SAIBA MAIS

Sintomas
Febre, dor no corpo, dor de cabeça, diarréia, náuseas e vômitos

Evolução
Os sintomas tendem a durar de 24 a 48 horas. Passando disso, o paciente deve procurar um serviço de saúde

Tratamento
Além de repouso domiciliar e muita hidratação com água, o paciente deve tomar somente medicamentos para dor e febre, como paracetamol ou dipirona, sem ácido acetilsalicílico (AAS) em sua composição

Paola Vasconcelos
Repórter