O número de pessoas com mais de 50 anos portadoras do vírus da aids
(HIV) é surpreendentemente alto no mundo e, no Brasil, dobrou em 10
anos, segundo revela estudo publicado ontem pela Organização Mundial da
Saúde (OMS).
“Entre 1996 e 2006, o número de soropositivos com mais de 50 anos
passou de 7,5 para 15,7 casos por 100 mil habitantes no Brasil”, indica
o trabalho.
”Os poucos dados disponíveis sugerem uma predominância e uma
incidência surpreendentemente elevada do HIV entre as pessoas com mais
de 50 anos”, acrescentou o estudo publicado no número de março do
Boletim da OMS, em Genebra.
Segundo os autores do estudo, nos Estados Unidos, na população dos
soropositivos, a proporção de pessoas com mais de 50 anos passou de 20%
a 25% entre 2003 e 2006. Na Europa, a proporção é de 8%.
Faltam dados disponíveis para países em desenvolvimento. Segundo a
organização da ONU, o fenômeno é preocupante e o número de pessoas
desse grupo de idade infectadas pelo vírus HIV ainda pode aumentar em
todo o mundo.
Falta de informações
A falta de informações pode ser explicada em parte porque as
pessoas de mais de 50 anos não são consideradas uma categoria de risco,
pois a aids continua sendo vista, para o pessoal da área de saúde, uma
doença de jovens. “Os médicos submetem raramente seus pacientes de mais
de 50 anos a um teste de HIV, e com isso o diagnóstico é sempre
tardio”, explicou o estudo. “Quanto mais velha é uma pessoa, mais
rapidamente a infecção pelo HIV dá lugar ao desenvolvimento da aids”,
segundo o estudo, o que reduz chances de sobrevivência do paciente.
Além dos 65 anos, a expectativa de vida de uma pessoa infectada cai
a quatro anos, contra 13 anos para uma pessoa entre cinco e 14 anos.
Para os autores da pesquisa, a atividade sexual parece ser o principal
modo de transmissão do HIV entre as pessoas de mais de 50 anos.
O surgimento, a partir do fim dos anos 1990, de medicamentos para
ereção permitiu aos homens prolongar sua atividade sexual, destacou o
estudo, notando que as pessoas mais velhas são “menos inclinadas que as
jovens gerações a ter relações protegidas”.
(da Folhapress)
Pessoas com mais 50 anos vítimas do Viagra e do sexo sem preoteção no:
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