15/04/2015

Mercado de trabalho do Ceará tem maior participação de idosos, diz IDT

Estudo “Dinâmica Demográfica e Mercado de Trabalho na Terceira Idade: A realidade cearense” divulgado nesta quarta-feira (15), mostra que cearense está vivendo mais e participando mais do mercado de trabalho. Nos últimos 13 anos, a esperança de vida ao nascer cresceu 3,4 anos, alcançando 69,2 anos, entre os homens e 77,2 anos, entre as mulheres. Além disso, as mulheres são maioria entre os idosos, com parcela de 55%. A pesquisa foi realizada pela Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Social (STDS) e Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT).

O estudo revelou também que o envelhecimento populacional vem se consolidando no Ceará, ano a ano, e ocorrendo de maneira mais significava a partir 2009. Entre  2009 e 2013, o número de idosos aumentou em 271 mil pessoas, o que representa um adicional de 67,8 mil por ano. Assim, de cada 100 pessoas residentes no Ceará, 13 possuíam 60 anos ou mais. De acordo com os pesquisadores, esta ampliação tem reflexos diretos em diversas áreas, como educação, saúde, previdência, segurança, mobilidade e, especialmente, no mercado de trabalho.

Para o secretário adjunto da STDS, Herman Normando, “essa pesquisa fomenta o debate para que o estado e a sociedade pensem medidas para fortalecer ações de saúde, educação e trabalho para as pessoas de mais idade”.

O estudo demonstrou ainda que o envelhecimento da população cearense vem ocorrendo em velocidade semelhante à média nacional. Mostra, ainda, que é um fenômeno urbano, majoritariamente feminino, de baixa escolaridade e pobre, com dois terços dos idosos responsáveis pelos respectivos domicílios.

Apesar de 64% dos idosos chefiarem os domicílios onde residem, quase 17% deles eram pobres, totalizando 194,7 mil idosos pobres no Ceará. No estado, eles têm duas vezes mais chance de serem pobres do que a média nacional, ou seja, a exposição dos idosos à pobreza é duas vezes maior, daí a importância de políticas públicas que assegurem uma renda mínima para a população, mostra o estudo.

Mercado de Trabalho

Além do crescimento de 6,8% ao ano, a população de 60 anos ou mais respondeu por 13% da população cearense e por cerca de 9% de sua força de trabalho, em 2013. No Ceará, a inserção dos idosos no mundo de trabalho, em termos relativos, é maior que as médias nacional e nordestina, o que destaca a elevada presença do segmento no mercado de trabalho cearense.

O fenômeno  proporciona uma tendência de maior pressão sobre o mercado de trabalho estadual. Para os trabalhadores na terceira idade, foram geradas 22 mil novas ocupações, em 2013. A maioria deles se ocupa trabalhando por conta própria, na produção para o próprio consumo e, em menor medida, no trabalho assalariado, independente de sexo, citando as três alternativas de ocupação mais usuais, com renda na faixa salarial de meio a um salário mínimo.

Para o analista do mercado de trabalho do IDT Mardônio Costa,"em face dessa nova realidade demográfica, para melhor se aproveitar essa 'janela de oportunidade' propiciada pela demografia, a componente populacional deve ser considerada quando do planejamento/elaboração das políticas públicas".

 

Fonte: G1

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