31/03/2009

Alta nos remédios terá repasse em até 10 dias

Fonte: Diário do Nordeste
 
Passa a valer, a partir de hoje em todo o Brasil, o reajuste de 5,9% nos preços de medicamentos, anunciado e autorizado pelo governo federal em fevereiro último. No Ceará, a previsão é de que o repasse do aumento nos valores ao consumidor ainda demore entre sete e 10 dias. “As farmácias só deverão mexer nos preços depois que receberem os novos cadernos de preços e as tabelas dos laboratórios. Existem uma demora operacional para a edição e distribuição desse material com os novos valores”, explicou Maurício Filizola, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma).

Para evitar que as farmácias já pratiquem o preço reajustado nos remédios comprados pelo preço antigo, os consumidores podem exigir da loja o comprovante de que o medicamento foi adquirido do fornecedor pelo novo valor. “O comprador pode pedir, no balcão, para ver a revista da ABCFarma, o guia das farmácias ou a revista Kairos. A loja que ainda não recebeu as publicações, para comprovar que já trabalha com preço reajustado, pode apresentar a nota fiscal, mostrando a que está de acordo com a nova tabela e com o PMC (preço máximo ao consumidor”, orienta Maurício Filizola.

Ele lembra que, tomando por base o que aconteceu nos reajustes anteriores, é comum as grandes redes reajustarem os preços antes. “É uma questão de logística de compra e informatização nos sistemas, que deixam o processo mais ágil.

O reajuste de 5,9% tem igual valor ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos 12 meses, apontando adequação à inflação do período.

Descontos

Segundo a avaliação da Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias), que representa mais de 2.500 pequenas e médias farmácias no País ligadas a redes independentes, as lojas não vão conseguir praticar os mesmos descontos.

“Nos últimos seis meses, o preço não subiu. Mas o consumidor está pagando mais porque já não tem desconto”, aponta o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.

As distribuidoras, por sua vez, sentem o efeito da crise internacional na dificuldade para conseguir crédito nos bancos. Era com os financiamentos que elas bancavam prazos mais longos e descontos mais generosos para os varejistas, já que os prazos das indústrias são mais curtos. Agora, algumas distribuidoras estão tendo dificuldades até para repor o próprio estoque. “Todas as distribuidoras estão tendo falta de produtos”, diz Luiz Fernando Buainain, presidente da Abrafarma (Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico), que representa as empresas de distribuição. Ele diz que ainda não é possível quantificar os medicamentos que estão faltando no mercado, mas já há dificuldade para encontrar alguns produtos.

GUTO CASTRO NETO
Repórter