Somente neste ano, as receitas do Governo somaram R$ 705 bi, valor 12,63% maior que o de igual período de 2010
Brasília.
Ajudada pelo ingresso de R$ 2 bilhões de pagamentos referentes ao Refis
da Crise, a arrecadação de tributos federais atingiu R$ 75,1 bilhões em
setembro, recorde para o mês. As receitas recolhidas neste ano
atingiram R$ 705,766 bilhões, um aumento real de 12,63% em comparação
com o recolhido entre janeiro e setembro de 2010.
Para o
restante do ano, porém, é esperado que a taxa de crescimento da
arrecadação desacelere para algo entre 11% e 11,5%, disse a secretária
adjunta Zayda Bastos Manatta.
Isso deverá ocorrer menos por um
eventual freio na economia, e mais porque o último trimestre de 2010
foi muito forte, o que torna a comparação desfavorável para 2011.
Os
recolhimentos do Refis da Crise surpreenderam os técnicos da Receita,
que esperavam arrecadar R$ 1 bilhão, mas registraram o dobro.
Acerto de contas
Segundo
a secretária, isso pode ter ocorrido porque as empresas devedoras têm
direito a desconto de multa e juros caso antecipem o pagamento de pelo
menos 12 parcelas, o que pode ter incentivado muitas a fazer esse
acerto. Ela avalia, porém, que ainda é cedo para dizer se esse ritmo de
pagamentos na casa de R$ 2 bilhões, que vem ocorrendo desde julho, vai
se manter. O Refis da Crise é o programa especial de parcelamento de
dívidas lançado em 2009, por conta da crise financeira internacional.
Dúvidas
Os
efeitos do desaquecimento econômico sobre a arrecadação ainda não estão
muito claros. Os dados de setembro, comparados com igual mês de 2010,
mostram que houve queda real de 6,63% nos recolhimentos do Imposto de
Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL). Parte dessa redução, disse a secretária, se deve à
compensação de R$ 390 milhões em tributos recolhidos a mais de
empresas, sobretudo as do setor de mineração.
Há, porém, outras causas para esse desempenho que ainda estão sendo investigadas.
Compensações
elevadas, no valor de R$ 690 milhões, explicam o fraco desempenho da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da
contribuição ao Programa de Integração Social (PIS). Esses tributos
tiveram crescimento de 3,81%, abaixo da média das receitas.
IPI
Os
recolhimentos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de
outros setores que não fumo, bebidas e automóveis também cresceram
pouco, 4,31%, como provável reflexo do desempenho modesto da produção
industrial. O IPI de automóveis mostrou queda de 7,49% no período, e o
Imposto de Renda retido na fonte de residentes no exterior apresentou
redução de 19,32%.
Dinheiro em caixa
75,1 Bilhões de reais foi a arrecadação de tributos federais no mês passado, recorde para setembro
Fonte: Diário do Nordeste