07/04/2009

Cesta básica na Capital acumula queda de 9,18%

Fonte: Diário do Nordeste
 

Itens como feijão e carne recuaram, fazendo com que a cesta de Fortaleza fosse a 4ª mais barata do País em março

Pelo terceiro mês consecutivo, a cesta básica de Fortaleza registra deflação e acumula variação no ano de -9,18%. Em março, o recuo foi de 2,16% e mantém a alimentação básica da Capital, com o custo de R$ 179,20, como a quarta mais barata do País, ficando acima de Aracaju (R$167,37), Recife (R$ 175,48) e João Pessoa (R$ 174,72). O resultado mostra que para adquirir os 12 produtos da ração essencial, o trabalhador comprometeu 41,89% do salário mínimo líquido (R$ 427,80).

Para Reginaldo Aguiar, supervisor técnico do escritório do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socio-Econômicos e Estatísticos), no Ceará, ´apesar da queda identificada, observa-se que os preços dos itens que compõem a cesta estão muito elevados. Produtos como feijão, arroz e carne ainda têm muita margem para recuar´, pondera. Segundo ele, o comportamento é resultado ´das restrições ao mercado internacional provocadas pela crise mundial, que têm aumentado as ofertas no mercado local´. ´Além disso, mudanças na metodologia da pesquisa que ampliou o número de locais de compra a serem pesquisados passou a refletir a realidade de preços da cesta de forma bem mais efetiva´, destacou Aguiar. A deflação da cesta básica foi influenciada pela queda do preço do feijão (-16,85%). Mas leite (-4,40%), carne (-4,34%), óleo (-2,10%), pão (-1,80%) e arroz (-0,93%) também cooperaram.

Nos últimos seis e 12 meses, foi observado variação de 5,62% e 2,34%, respectivamente. Isto significa que a alimentação básica esteve mais barata em setembro/08 (R$ 169,67) e em março/08 (R$ 175,11), relativamente a março deste ano (R$ 179,20). No semestre, dos produtos que compõe a cesta quatro sofreram redução de preço: o feijão (-40,18%), o pão (-11,21%), o óleo de soja (-5,72%) e o arroz (- 4,24%). As elevações mais significativas ocorreram no tomate (122,92%), açúcar (37,27%), banana(13%) e leite (10,83%). Na série de 12 meses, três itens sofreram deflação: feijão (-52,29%), óleo de soja (- 16,42%) e pão ( -2,00%). Entre os produtos que sofreram elevação nos preços, as mais expressivas foram: açúcar (55,67%), arroz (28,45%) e carne (16,68%).

Ranking

Segundo o Dieese, em março, apenas Rio de Janeiro (2,07%) e Belém (0,70%) registraram alta no preço da alimentação básica. As retrações superaram 5%, com destaque para Curitiba (-7,80%), Aracaju (-7,18%) e São Paulo (-6,51%). Porto Alegre continuou a ter a cesta mais cara (R$ 238,73). Levando em conta a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família, o Dieese estima ser necessário R$ 2.005,57 para esses gastos, o que representa 4,31 vezes o salário mínimo vigente no País (R$ 465,00).

ISILDENE MUNIZ
Repórter