07/05/2009

Concursados reclamam de demora

Fonte: O Povo
 
A Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz) e o Sindicato dos Servidores Fazendários (Sintaf) divergem no número de aprovados em concurso público e que ainda não foram convocados para ocupar os cargos. Existem denúncias de que funcionários terceirizados estejam tomando o lugar dos concursados.

Para a secretária executiva da Sefaz, Lucia Calou, que também coordenou o concurso, ocorrido em 2007, das 270 vagas abertas, 267 aprovados foram chamados. “Eles foram convocados, mas não podemos fazer nada se muitos desistem e não assumem o cargo”, explicou. Ela informou ainda que 158 concursados estão no exercício de suas funções e que 59 aprovados estão prestes a serem nomeados.

Já de acordo com uma comissão de concursados, os números são outros. Para o analista contábil financeiro, Thiago Aires, ainda faltam 109 nomeações. “Nosso objetivo é de tirar os terceirizados. Foram aprovadas 497 pessoas e nomeados apenas 161”.

O deputado Heitor Ferrer, autor do requerimento que pediu audiência pública, realizada ontem, na Assembleia Legislativa, justamente para tratar deste assunto, disse que “o Estado precisa de 1.018 auditores públicos”. Ferrer afirmou também que “é uma necessidade resolver a situação dos concursados com urgência”.

Terceirizados
Quanto à existência de funcionários terceirizados, acredita não aconteça entre os auditores, mas afirma que existe este tipo de servidor em áreas como Tecnologia da Informação. “Na área de TI tinha demais. Entramos com uma representação junto ao Tribunal de Contas mas nem precisou, pois uma decisão judicial decidiu para que os concursados ocupassem as vagas”, disse. Thiago Aires.

Segundo administrador tributarista, que passou para o cargo de auditor fiscal, durante 14 anos não acontecia um concurso. “Depois deste longo período, em 2007 foi realizado um, e estamos há mais de dois anos esperando para sermos chamados”, reclama, preferindo não se identificar.

Para o deputado Nelson Martins, o Estado já chamou 90% dos concursados, em diferentes áreas. Ele acredita que o problema é a desistência de candidatos. “Muitos fazem vários concursos e escolhem aquele que remunera melhor, por isso desistem e deixam as vagas para trás”, afirmou.

Não é o caso do aprovado Daniel Guimarães, casado e pai de dois filhos. “Tenho 44 anos. Estudei 15 anos para conseguir passar em um concurso como este. Quando finalmente chega meu momento, tenho que viver toda esta indefinição”, desabafa.

Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores Fazendários (Sinaf), Carlos Eduardo Marino, há terceirização, porém em cargos de atividades elementares. “Os terceirizados atuam como motoristas, faxineiros, entre outros cargos não administrativos”, conclui.