Lula pediu e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) atendeu: operações financeiras e, em especial, o microcrédito estão com juros mais baixos. Isso em decorrência da queda da taxa básica de juros e dos indicativos do Governo Federal para baratear o crédito e conseqüentemente amenizar os efeitos da crise financeira internacional no País.

De acordo com Roberto Smith, presidente do BNB, a decisão de estudar a redução dos juros partiu de uma reunião em Brasília onde o presidente Lula sinalizou a necessidade de uma “política anticíclica”, onde cada banco poderia refazer cálculos e metas e reduzir os juros. “Existe um certo sacrifício nosso”, pontua Smith complementando que o sistema financeiro brasileiro “precisa caminhar para um certo nível de viabilidade de uma taxa de juros mais exeqüível para todo o País”.

Questionado sobre a real viabilidade de outros bancos - incluindo os privados - também reverem suas taxas de juros, Smith destacou o papel dos bancos públicos em “sair na frente” e com isso estimular a redução em outras instituições financeiras, pressionadas também pela concorrência. “Estamos trabalhando com a proposta de melhoria da eficiência bancária, para que os custos sejam mais baixos. É preciso racionalidade econômica”, afirmou Smith.

Microcrédito
Menina dos olhos de Lula, o microcrédito é um dos beneficiados com a redução de juros do BNB, que responde por 70% do microcrédito disponível no Brasil. As taxas de juros do Crediamigo caíram de 1,95% ao mês para 1,32% ao mês, o que reduz o custo efetivo anual dos juros de 26,8% para 17%. “O banco vai diminuir o seu lucro em R$ 8 milhões (este ano), mas o cálculo que a gente faz é que como o processo do microcrédito está em franca expansão, vamos ganhar na quantidade”, comparou.

Em volume, o microcrédito deve aumentar 40% este ano, podendo chegar a R$ 1,4 bilhão, superando a marca histórica de 2008. A redução de juros vai beneficiar também as empresas, sejam elas grandes ou pequenas. Na linha de crédito Giro Insumos Conterrâneo (para capital de giro), a taxa caiu de 0,98% para 0,96% ao mês; nos descontos de duplicatas, cheques pré-datados e notas promissórias, a redução foi de 1,30% para 1,27%. O BNB reduziu também as taxas de CDC, empréstimo consignado, cheque empresa e conta empresarial. Só não houve alterações em operações com juros de longo prazo.