16/04/2009

Governo mudará regras de cálculo

Fonte: Diário do Nordeste
 
Brasília. O governo vai mudar as regras da caderneta de poupança para evitar a migração do dinheiro hoje depositado nos fundos de investimentos. Na expectativa de novas tesouradas na taxa básica de juros (Selic), a equipe econômica estuda a possibilidade de limitar as aplicações por pessoa. Motivo: com a queda dos juros, hoje em 11,25% ao ano, a rentabilidade da poupança tende a ficar muito maior do que a dos fundos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado de que 92% dos depósitos da poupança não ultrapassam R$ 5 mil por pessoa.

Uma das hipóteses avaliadas pelo governo é limitar as aplicações a este valor, mas uma outra corrente defende a tese de que o teto seja aplicado apenas aos novos depósitos, para evitar contestações na Justiça.

´Ninguém vai confiscar a poupança´, garantiu um importante ministro. ´Vamos explicar à população os mecanismos de proteção ao pequeno poupador, porque é preciso evitar a migração de outros investimentos para a caderneta´. No diagnóstico da equipe econômica, trata-se de um ´bom problema´ a resolver, já que está associado à queda dos juros. O argumento é que, com as mudanças no ambiente macroeconômico, é preciso haver ajustes.

Lula determinou à equipe econômica que aja com cautela para não provocar pânico nos pequenos investidores. Acredita, porém, que o governo vai vencer a batalha da comunicação nesse episódio. ´A sociedade vai entender isso perfeitamente´, disse o ministro, que conversa diariamente com Lula. ´Ou mudamos a poupança ou não podemos mais baixar os juros.´ Para o governo, ao modificar as regras para impedir a migração dos fundos para a poupança o mercado financeiro será obrigado a investir no sistema produtivo ´Trata-se de uma fórmula socialmente mais justa´, argumentou o interlocutor do presidente Lula.

O prazo de carência das aplicações da poupança também poderá ser aumentado, mas o governo ainda não bateu o martelo sobre o melhor caminho. Outras alternativas em estudo consistem na alteração do cálculo do indexador da poupança, a TR. Uma ala do governo acha que, para evitar a fuga dos fundos, como DI e Renda Fixa, será preciso cobrar IR sobre os rendimentos.