04/11/2011
INSS: 1ª ação contra motorista
São Paulo/Brasília (Sucursal).
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ajuizou ontem a primeira
ação para cobrar de um motorista infrator os valores que foram gastos
com o pagamento de benefício previdenciário para os dependentes de
vítimas de acidente de trânsito. Em setembro, o governo se preparava
para dar início a esse tipo de processo com o objetivo de ressarcir a
Previdência Social dessas despesas. De acordo com o caso, o INSS paga
aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente para as vítimas e,
quando há morte, pensão para os familiares. Atualmente, o órgão gasta
R$ 8 bilhões por ano com os acidentes de trânsito no país.
A
ação foi ajuizada pelo ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves
Filho, pelo presidente do INSS, Mauro Luciano Hauschild, e o
procurador-chefe da Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS
(PFE/INSS), Alessandro Stefanutto.
Ressarcimento
A
expectativa do governo com esse processo, movido na Justiça Federal do
Distrito Federal, é de um ressarcimento superior ao montante de R$ 1
milhão.
O acidente em questão ocorreu no ano de 2008 na rodovia
DF 001, que liga Taguatinga a Brazlândia, cidades-satélite de Brasília.
Na ocasião, cinco pessoas morreram e outras três tiveram lesões graves.
O INSS arca com as pensões por morte aos dependentes das vítimas.
Liderança incômoda
Segundo
os últimos dados do Ministério da Saúde, que se referem a 2008, 38.273
vítimas foram registradas em acidentes de trânsito no Brasil. Os
prejuízos para governo e sociedade são incalculáveis.
Entre as
seis cidades pesquisadas - Fortaleza, Recife, Brasília, São Paulo,
Manaus e Curitiba -, a Capital cearense lidera o ranking com o maior
índice de motoristas embriagados no trânsito: 36,5%, enquanto a média
foi de 27%.
Cunho educativo
A previsão é
que a medida seja repetida em todo o país a partir de 2012. Segundo o
ministro Garibaldi Alves Filho, a iniciativa é educativa e visa
promover a redução do número de acidentes de trânsito nas estradas e
rodovias. O principal alvo dessas ações, chamadas de regressivas, são
motoristas que tenham causado acidentes graves - com mortes e lesões
sérias - e que, assim, respondam por crime doloso ou culpa grave.
Além
disso, serão visados aqueles que tenham causado acidentes por dirigir
embriagados, em alta velocidade ou por participarem de rachas. O INSS
pretende fechar convênios, nos próximos meses, com os Ministérios
Públicos estaduais, as Polícias Civis dos Estados e com os consórcios
de seguro obrigatório (Dpvat). O objetivo é realizar um levantamento de
casos pontuais causados por graves infrações a legislação de trânsito.
De acordo com dados do Ministério da Justiça, os óbitos de jovens até
25 anos, decorrentes dos acidentes de trânsito, aumentaram 32,4%.
Fonte: Diário do Nordeste