30/03/2009

Isenção do IR atrai na escolha da caderneta

Fonte: Diário do Nordeste
 
A caderneta de poupança se torna mais atraente porque, além de pagar a Taxa Referencial (TR) mais 6% ao ano, não tem incidência do Imposto de Renda. As demais aplicações são tributadas em 22,5%, quando o prazo é de até seis meses; em 22%, com prazo de seis meses e um dia até 12 meses; em 17,5%, com prazo de 12 meses e um dia até 24 meses; e em 15%, com prazo acima de 24 meses. Além disso, os fundos de investimentos cobram uma taxa de administração para gerenciar as aplicações.

O economista Alex Araújo comenta que os rendimentos médios dos depósitos a prazo e fundos de investimento estão, respectivamente em 11% e 11,5% ao ano, o equivalente a 0,87% e 0,91% ao mês. Se for descontada a taxa de 22,5% de IR do CDB de 180 dias, seu retorno cai para 0,67%. A poupança, por sua vez, está rendendo 0,56% ao mês, segundo relatório do BC do dia 24 de março. Se um poupador fosse resgatar hoje sua caderneta, os recursos teriam uma taxa de rentabilidade de 0,61%.

Mudanças no cálculo do rendimento da caderneta já foram discutidas em outras ocasiões em que os juros básicos foram reduzidos, como em 2007. Naquele ano, entretanto, a redução dos juros ocorreu em condições favoráveis de liquidez (recursos em circulação no mercado). Hoje, a discussão é levantada em uma situação adversa: o crédito está escasso.

Em 2007, a Selic também chegou ao patamar atual, de 11,25% ao ano. O governo estabeleceu, então, um redutor aplicado na formula de cálculo da TR. A intenção também era garantir que os rendimentos da poupança não superassem os dos fundos de investimento.

Para os bancos, ampliar a participação do investidor em poupança obriga-os a destinar mais recursos vinculados da caderneta ao crédito imobiliário e rural. “Coisa que para eles é desinteressante”, diz o economista Henrique Marinho. Ou seja, em plena crise de liquidez financeira, o mercado teria mais recursos parados.