Alternativa oferecida pela Fazenda estadual tem como intuito ainda contribuir para expandir o emprego no comércio
Os
lojistas cearenses terão a possibilidade de parcelar o Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) taxado sobre produtos
adquiridos para o mês de dezembro e que se estenderá por mais dois
meses. Foi o que afirmou na manhã de ontem o titular da Secretaria da
Fazenda do Estado (Sefaz), Mauro Filho.
Segundo o secretário, a
campanha que já vem sendo realizada há alguns anos visa facilitar e
estimular as encomendas de mercadorias feitas pelos lojistas para o
período de festas que envolve o Natal e o Réveillon.
"Assim, ele
(o lojista) poderá ter e até aumentar o capital de giro dele para fazer
novas aquisições e, portanto, contribuir até para a expansão do emprego
não só em dezembro, mas permanecendo por mais dois meses", argumentou
Mauro Filho. O período no qual será concedido o parcelamento é
considerado como o de maior aquecimento para o comércio varejista de
todo País e tem, como reflexo direto, uma grande arrecadação do imposto.
Anúncio oficial
O
anúncio oficial do parcelamento do ICMS, será feito pelo secretário no
próximo dia 30 de novembro, em uma palestra que ele ministrará na
Câmara dos Dirigentes Lojistas da Capital, a CDL Fortaleza.
Presente
à mesma reunião, o presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes
Lojistas do Ceará (FCDL), Honório Pinheiro, ressaltou a importância do
incentivo, "tendo em vista que é um momento em que o comércio concentra
um esforço significativo nas suas vendas, onde tem que estocar para
vender".
Ele ainda explicou que o empresário poderá, com o
parcelamento concedido pela Sefaz, dividir em até três vezes o ICMS
cobrado sobre as mercadorias adquiridas no período.
Fortaleza Liquida
Outra
informação adiantada pelo secretário da Fazenda, ontem, foi a
possibilidade de o ICMS poder ser parcelado pelos lojistas do Estado em
uma outra oportunidade: durante o mês de março de 2012.
Trata-se
do período no qual é realizada pela entidade representativa do setor
varejista a campanha Fortaleza Liquida, por meio da qual são promovidas
baixas dos preços nos mais diversos segmentos. Mauro Filho acrescentou
que apenas os empresários que aderirem à campanha poderão fazer uso do
benefício, "pois eles, ao participarem, são obrigados a dar um desconto
específico estabelecido pela CDL". E aconselhou aos lojistas a se
prepararem "fazendo o cadastro e planejando as contas".
ICMS da confecção
Ainda
sobre a cobrança do imposto, Mauro Filho informou sobre uma negociação
com representantes da indústria têxtil e de confecção que já dura nove
meses e pela qual as partes objetivam diminuir a desigualdade entre os
comerciantes de roupas formalizados e os informais.
"Hoje,
quando a indústria têxtil compra o tecido, a indústria de confecção
manda para o comércio, do comércio vende para o consumidor. Então, tem
duas etapas nas quais o ICMS, em função de mercado informal, não é
pago", explicou o secretário. Ele disse que "a ideia é combinar com as
indústrias têxtil e de confecção, para que, na hora que ela comprar da
primeira, o tecido para fazer as roupas, já fazer a retenção até a
ponta, até a venda do comércio".
Igualdade
Assim,
continuou, "estarei assegurando integralmente a igualdade de condição
de operações do setor de confecções no Estado do Ceará", justificou.
O
impasse para a resolução da alíquota a ser cobrada sobre o setor
têxtil, segundo Mauro Filho, deverá ser resolvido até o fim deste ano.
SEM DEFINIÇÕES
Sete propostas de revisão da política industrial
A
política industrial do Ceará está sendo revista. O Conselho Estadual de
Desenvolvimento Econômico (Cede) realizou reunião ordinária ontem para
definir as alterações na legislação do FDI (Fundo de Desenvolvimento
Industrial). Sete propostas foram apresentadas, mas não houve qualquer
definição.
Uma das propostas mais polêmicas refere-se ao
Programa de Incentivos às Centrais de Distribuição (PCDM), mecanismo de
incentivo fiscal para empresas que instalam Centro de Distribuição (CD)
no Ceará. O presidente do Cede, Ivan Bezerra, defende a redução do
valor do faturamento de R$ 10 milhões, R$ 20 milhões e R$ 30 milhões
para R$ 5 milhões, R$ 10 milhões e R$ 15 milhões, respectivamente,
mantendo o piso de 60%, tendo limite de 75%.
A proposta
encontrou resistências. O secretário da Fazenda, Mauro Filho, rejeitou
a ideia. "Vamos arrefecer a meta de empresas que trabalham com Centro
de Distribuição. Não sei se é interessante para o Estado este CD tão
pequeno", defendeu. O representante do Comércio e Serviços no Conselho,
presidente da Federação dos Lojistas, Honório Pinheiro, destacou a
falta de regulação no mercado interno. Para ele, a medida beneficia as
grandes redes de supermercado, de fora do Ceará, elevando suas
competitividade na frente dos grupos cearenses. Ivan Bezerra rebateu:
"Nós estamos trabalhando para trazer investidores para o Estado. Não
para onerar o Estado".
Energia
Outra
proposta que gerou debate acalorado foi a redução da base de cálculo do
ICMS de energia para 17% para empresas de instalação incentivadas,
durante determinado período. O presidente do Cede garantiu que esta
medida não significa perda de arrecadação. "É um abatimento sobre a
demanda futura, o excedente da produção de energia".
Mauro
Filho, da Sefaz, contrapôs, afirmando que a questão deve ser discutida
na reforma tributária. Ele lembrou ainda que a maioria dos estados
rejeitou essa proposta.
As demais ideias são a revisão da tabela
pontuação das empresas, alteração dos valores de investimento no setor
têxtil (de R$ 30 milhões para R$ 20 milhões) e no setor de confecções
(de R$ 15 milhões para R$ 8 milhões), inclusão do setor de calçados no
Proade (Programa de Atração de Empreendimentos Estratégicos), escalonar
o nível de investimento do Proade, e aplicar automaticamente a
adequalibilidade de 40% para empresas de agroindústria, metal mecânico,
plásticos, móveis, alimentos e eletrodomésticos, fora da região
metropolitana.
Fonte: Diário do Nordeste