O Governo do Estado deverá retomar a
política de desoneração de impostos a produtos e segmentos da economia
local. A redução de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e
Serviços) de novos 10 produtos era planejada para ser lançada em agosto
passado, mas a medida estava entravada por uma decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF). O secretário Estadual da Fazenda, Mauro Filho,
informou ontem, ao Diário do Nordeste, que o empecilho foi resolvido e
que em duas semanas deverá apresentar a pauta de desonerações ao
governador Cid Gomes.
O STF havia decidido que leis estaduais de
redução de impostos, para que pudessem ser implementadas, deveriam ser
convalidadas pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária),
formado pelo Ministério da Fazenda e pelos secretários estaduais da
Fazenda. Por conta da guerra fiscal - disputa entre estados por
empreendimentos -, a política de desoneração acabava por ser obstruída,
até pelo fato de que a aprovação destas normas de incentivo no Confaz
precisam ser unânimes.
"O que o Supremo está dizendo que precisa
ser convalidado são as leis que transferem ônus para outros estados, ou
seja, o benefício que dou aqui e que transfere ônus pra outro Estado,
ele precisa ser convalidado. Só que as leis estaduais que baixam carga
tributária, cujo efeito se dá exclusivamente, internamente, no Estado,
essas não precisam. Nós mostramos isso ao Supremo, e eles realmente
compreendem assim, só que o acórdão ainda não tinha saído", esclareceu
Mauro Filho.
O secretário informou que o entendimento acabou de
ser repassado ao Estado. "Pelo menos, é o que o Supremo tem nos
passado, e o Ceará vai já começar a retomar estas desonerações", afirma.
Política fiscal canadense
Mauro
Filho fará viagem ao Canadá na próxima segunda-feira, onde passará
quatro dias. Ele garante que, logo após voltar, se encontrará com o
governador para discutir a pauta de produtos. Definido isso, a mensagem
será encaminhada à Assembleia Legislativa para aprovação. Lá fora, o
secretário atende a um convite feito pelo governo daquele país. Ele,
juntamente com representante do Ministério da Fazenda e outros sete
secretários estaduais da Fazenda, irão conhecer o sistema tributário
canadense, que, informa Filho, possui um órgão de pesquisa chamado
Fórum, onde são analisados os sistemas tributários existentes em todo o
mundo. A ideia, adianta, é ver se existem elementos na política
canadense que possam ser agregados ao processo de reforma tributária
brasileira. "Vamos compreender que modelo é esse, que se diz ser tão
eficiente".