12/12/2011
O
Ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o Fundo de Previdência
Complementar dos Servidores Públicos (Funpresp) promoverá grande reforma
na previdência. “Será importante tanto para o servidor, que vai ter
mais segurança em sua aposentadoria, quanto para o governo, que terá
mais segurança atuarial e fiscal”, comentou.
Na manhã desta quinta-feira (08/12), Mantega discutiu o assunto com os ministros da Previdência Social, Garibaldi Alves, e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
A
jornalistas, o ministro informou que está buscando entendimento com
deputados e senadores para a aprovação do fundo. A proposta do governo
é que a participação da União seja de até 7,5%; alguns parlamentares
querem 8,5%. “Vamos discutir essa questão, mas, a princípio, nossa
posição é manter os 7,5%,de forma a garantir as aposentadorias
especiais”, afirmou Mantega.
O impacto de um possível aumento da alíquota de contribuição da União de 7,5% para 8,5% ainda não foi feito. Na avaliação do Ministro, esse é um cálculo difícil que precisa ser bem elaborado. “Não estamos lidando com algo para o próximo ano, e sim o custo para os próximos 50 anos. Mas, certamente, o aumento de 1% significa cerca de 10% a 15% a mais de custo, então é necessário cautela”, ressaltou.
De
acordo com ministro, o Funpresp vai dar mais solidez às contas públicas,
pois, a médio e longo prazo, possibilita a diminuição do déficit da
Previdência. O Fundo ainda vai permitir maior segurança nas regras de
aposentadoria para os funcionários públicos, dificultando mudança.
“Tomara que não aconteça mudanças nas regras, mas pode acontecer,
haja vista o que acontece hoje na União Européia onde sistemas de
aposentadorias estão sendo alterados. Nós não queremos que isso aconteça
nem no presente e nem no futuro no Brasil”, enfatizou.
O Funpresp vai permitir também que o servidor usufrua o seu tempo de contribuição, caso resolva migrar para a iniciativa privada. Por exemplo, se o funcionário contribuir para o fundo por 15 anos, caso saia do serviço publico, ele pode sacar o saldo, transferir-se para outro fundo ou continuar contribuindo. “Isso não é possível no atual regime. Esse será um fundo de capitalização que permitirá uma flexibilidade que hoje não tem”, disse Mantega.
O
projeto de lei (PL) 1.992/07 deve ir a votação na Câmara dos Deputados
na próxima semana.
Medidas
do Banco Europeu
Em
conversa com os jornalistas, o ministro comentou as medidas tomadas pela
União Européia - redução da taxa de juros e criação de linhas de
financiamento mais longa. “O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario
Draghi, anunciou medidas super positivas, pelas quais o Banco
terá participação maior nos problemas europeus. Era essa atuação mais
flexiva que estava faltando”, disse.
Para
Guido Mantega, os países europeus estão se convencendo que precisam
colocar o BCE na frente do combate à crise. “Ainda não é o ideal. O
BCE precisa avançar a ponto de dizer que ele vai comprar títulos e
garantir a rolagem dos bônus a vencer. Estamos vendo luz no final do túnel,
só que esse túnel ainda é longo”.
Na
avaliação do ministro, já houve boa reação do mercado às medidas,
que devem ser aprofundadas, por exemplo, como a constituição de uma união
fiscal européia. “Isso não é fácil, mas, se os europeus conseguirem
essa proeza, significa que as metas fiscais serão discutidas por
todos”.