08/12/2015

Servidores públicos estaduais realizam paralisação e obtêm compromisso de reunião com o Governador

Os deputados Júlio César Filho, Renato Roseno, Raquel Marques, Zé Ailton Brasil e Carlos Matos se reuniram com integrantes do Fuaspec. Após intenso debate ficou acertado que os parlamentares darão retorno ao Fórum ainda esta semana, marcando uma data para a audiência com o governador Camilo Santana. Na oportunidade, os diretores do Sintaf Antonio Miranda e Lúcio Maia expuseram estudo da entidade que demonstra a viabilidade da reposição salarial dos servidores no patamar da inflação (9,92%) mais ganho real de 2,5%. 

Cerca de 150 servidores conseguiram adentrar as galerias da Assembleia Legislativa, manifestando-se de forma pacífica. Alguns deputados presentes à sessão afirmaram o seu apoio ao movimento dos trabalhadores.

 

Além do reajuste com ganho real, os servidores reivindicam a reestruturação das tabelas salariais, bastante defasadas, o fim da terceirização, a realização de concurso público, melhorias no Instituto de Saúde dos Servidores (ISSEC), dentre outros pontos.

Servidores na luta 

“Precisamos reagir contra mais esse desmonte no serviço público. O não reajuste é supressão de direitos”, acentuou a diretora do Sintaf, Ana Maria Cunha. “O reajuste é o mínimo. Essa situação causa indignação aos servidores, diante de um Governo que se intitula ser ‘do diálogo’”, apontou. Ana Maria também reforçou que o ISSEC é uma política compensatória diante dos baixos salários dos servidores e não pode ser convertido a um plano de saúde privado. O ataque aos direitos previdenciários dos servidores também foi lembrado por ela como um “pacote de maldades” do Governo. 

“Também estamos aqui por conta da morosidade do Governo em cumprir acordos firmados no início do ano”, afirmou Célio Coutinho, presidente do Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece). “Dentre os ataques aos direitos dos professores, podemos citar a não implantação das ascensões e incentivos profissionais, publicados desde agosto no Diário Oficial. O corte nas verbas das universidades, em 20% este ano, significou um corte de R$ 3 bilhões na UECE. A Universidade já acumulou R$ 7 bilhões de dívidas e está ameaçada de paralisar por inanição”, denunciou. 

“Os servidores têm o dever e o compromisso de atender às necessidades da população. Somos nós que realizamos as políticas públicas. A desvalorização dos servidores prejudica toda a sociedade”, ressaltou Ernesto Luiz, diretor do MOVA-SE. “O discurso da crise não serve como justificativa para o não reajuste dos servidores, pois sabemos que essa crise não atinge todos os Estados da mesma forma. O Ceará tem lastro financeiro e econômico”, afiançou. 

“Reivindicamos concurso público para a saúde e reestruturação do plano de cargos e carreiras. Hoje o salário base de um profissional não médico é de R$ 954,00. A defasagem é de 172%. Reunimos nove categorias de profissionais não médicos e nos reunimos com o Governador. Ele pediu 90 dias para estudar a saúde e até hoje não nos deu resposta”, explica a presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Telma Cordeiro. “Nos hospitais faltam funcionários, o Governo cortou horas extras e está contratando cooperativas – o que resulta num trabalho precarizado e de menor qualidade. Hoje, na saúde, temos 30% de servidores concursados e 70% de terceirizados, quando deveria ser o contrário”, criticou. 

Fonte: Sintaf Ceará