19/04/2011
Em 2006, os percentuais eram de 42,7% e 11,4%, respectivamente. O crescimento de mais de um ponto percentual por ano é considerado preocupante pela pasta, já que o excesso de peso está ligado ao aumento de doenças crônicas. Para Deborah Malta, da Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério, o fenômeno está ligado a uma mudança no padrão alimentar: maior consumo de produtos industrializados em detrimento de opções mais saudáveis.
“A ocorrência do excesso de peso decorre do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados. Essa é uma tendência mundial e o Brasil não está isolado. Ela é um reflexo do baixo consumo de alimentos saudáveis como frutas, legumes e verduras e do uso em excesso de produtos industrializados com elevado teor de calorias, como gorduras e açúcares, além de baixos níveis de atividade física”, afirma.
O feijão é um exemplo. O índice de brasileiros que comem o alimento cinco vezes por semana caiu de 71,9% para 66,7% em apenas quatro anos. Outro dado preocupante é o sedentarismo: 14,2% da população adulta deixa de praticar qualquer atividade física, nem durante o tempo de lazer nem para ir ao trabalho.
O Rio de Janeiro tem o maior índice de pessoas acima do peso do país: 52,7% da população adulta. O menor índice, 36,6%, é o de Palmas, capital do Tocantins. Em São Paulo, o percentual é de 48,5%. Em relação à atividade física, os moradores do Distrito Federal se saíram melhor: 22,4% fazem algum exercício nas horas de lazer. O menor índice é o de Teresina, com 13%. São Paulo, com 13,7%, está entre as piores capitais nesse quesito. (das agências)
O fortalezense está entre os brasileiros mais gordos residentes em capitais. Levando-se em conta o Índice de Massa Corporal (relação entre massa corporal e altura), 18,2% dos fortalezenses são considerados obesos. Entre as capitais, Fortaleza só tem menor percentual de população obesa do que Cuiabá (MT), com 18,7%. A média nacional de população obesa é de 15%.
Os números compõem a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. A pesquisa ouviu 54.339 adultos, residentes nas 26 capitais e no Distrito Federal.
Mudança de hábitos
Silvana Souto comenta que as escolas poderiam ajudar na mudança de hábitos alimentares. Mas as cantinas escolares, muitas vezes, fazem parte de redes de fast food. “E a criança termina tendo vergonha de levar fruta, porque o ‘bonito’ é poder comprar salgadinho na cantina”, cita.
Outro fator que contribui para a obesidade é a falta de regularidade de exercícios físicos. As atividades apenas no fim de semana não ajudam tanto. “O peso é sempre um equilíbrio entre alimentação e exercício físico. É um balanço energético”, define Silvana. (Thiago Mendes e Daniela Nogueira)