Entre os dias 26 de abril e 17 de maio, a fotógrafa e coordenadora do programa de saúde “Sou Ativo” da AAFEC, Luciana Portela conduziu na Secretaria da Fazenda do Ceará, em parceria com a fotógrafa Thais Mesquita, o curso “Photopia- pelas lentes da cidadania”. O curso contou com 25 participantes, dentre eles colaboradores das entidades, fazendários e membros da Caixa de Assistência dos Servidores Fazendários Estaduais (CAFAZ), que aprenderam sobre a fotografia além da técnica, um outro olhar abordado pelas profissionais.  

O projeto foi apresentado por Luciana Portela para Germana Belchior, titular da Coordenadoria de Relações Institucionais (CORINS) da SEFAZ. O curso foi adaptado à realidade da Secretaria e somaria às atividades do setor de educação fiscal, fazendo uma conexão ao Centro de Memórias da SEFAZ. A abordagem do curso apresentou a fotografia como uma alternativa de olhar social, documentação histórica, registro de ações e valorização do Centro de Memórias por meio da fotografia. 

Como trabalho de conclusão do curso, a SEFAZ disponibiliza virtualmente no site do Centro de Memórias desde o dia 23 de maio como parte da programação da Semana de Educação Fiscal, uma exposição fotográfica com imagens resultadas do foto-passeio, uma aula de campo realizada no Parque da Criança ao final do curso. 

Ao todo, as professoras selecionaram 30 fotos de autoria dos alunos para exibição, que foram registradas ao longo do curso de fotografia. Desse número, três imagens foram selecionadas por jurados da exposição para receber destaque, e, dessa quantidade, uma foi escolhida pela curadoria para ser a capa da exposição. 

No dia 26 de maio, no evento presencial da Programação de Educação Fiscal, haverá a entrega dos certificados para os participantes do curso, e os três autores das fotos destaque e as professoras do curso receberão menção honrosa pela iniciativa. 

Acompanhe a exposição no site: https://centrodememoria.sefaz.ce.gov.br/exposicao-virtual-de-fotografias/.

Teoria e prática

Na primeira semana de aulas, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o caminho das imagens fotográficas, a imagem documental, terapia expressiva, e nomes importantes na fotografia internacional, como Cartier-Bresson , Vivian Maier, Ansel Adams e Steve McCurry. Luciana e Thais também trouxeram fotógrafos cearenses, a exemplo de Alan Uchoa, Iana Soares e Chico Gomes. 

Na segunda semana, as professoras levaram assuntos sobre a técnica fotográfica, a construção e desconstrução da imagem, a técnica nos smartphones e a refinação do olhar pelas lentes desses aparelhos. Nas aulas seguintes houve a prática da fotografia, um foto-passeio no Parque da Criança trazendo o exercício do olhar, como também o ensinamento sobre a instalação de aplicativos de edição de fotos e a edição de imagens pelo celular.

Nos últimos encontros, Luciana e Thais trouxeram a perspectiva dos sentimentos, criatividade e a leitura imagética como pontos importantes na área fotográfica. Elas também explanaram sobre como construir uma narrativa visual nas imagens e orientaram os alunos para a entrega de imagens na exposição.

Um outro olhar

A fotografia é uma das práticas mais utilizadas para o registro e memória de imagens. As imagens podem carregar histórias, acontecimentos, lembranças, sentimentos, técnicas e outras diversas interpretações. Numa simples fotografia há diversos significados, razões, emoções e sua importância, inclusive no âmbito social. O momento exato para um registro fotográfico é mais que mera especulação, é conhecimento. As composições da fotografia tem um motivo para se fazerem presentes e a fotografia chama os interessados para descobrir seu universo.

O curso apresentou a fotografia além da técnica, contemplando o olhar fotográfico sobre o mundo. As aulas orientaram sobre a leitura e o impacto da imagem para o fotógrafo, para o espectador e para toda a sociedade. As fotógrafas fizeram uma abordagem partindo do contexto da emoção e memórias afetivas na visualização das fotografias. 

Além disso, a iniciativa explanou sobre a Fotografia Terapêutica, um tipo de autoterapia que inclui registar fotos, publicá-las e refletir sobre elas com outras pessoas, como também discutir sobre imagens de outras autorias. Luciana Portela conta que o curso deu atenção aos sentimentos, à emoção e à subjetividade nas imagens e no ato de fotografar.

A fotógrafa ainda expõe sua impressão ao ensinar a fotografia para os alunos no âmbito da cidadania: 

“Foi muito positiva. Porque como todo desafio traz muitas coisas positivas. Foi um desafio porque a gente tinha pouco tempo para desenvolver esse olhar, e ao mesmo tempo foi bom ter escolhido esse título  porque direcionou esse olhar. Então a gente pode trabalhar nessa direção, nesse norte pra eles. Foi uma coisa que facilitou bastante o nosso trabalho. Dentro dessas sete aulas a gente focou dentro dessa temática (cidadania) [...] Porque a fotografia é muito ampla, então trouxemos muitos referenciais do fotojornalismo, de fotografias humanistas. Lógico que a gente passeou por outros estilos, mas a gente focou bastante nesse estilo de fotografia, justamente para eles terem um acervo visual maior para ficar em suas memórias e estimular suas subjetividades e a expressões dentro do trabalho que eles realizariam” 

Os alunos puderam fazer uma imersão, saindo da superficialidade da técnica, contando com o referencial de imagens e utilizando a dinâmica imagética para refletir sobre a foto, trazendo seu referencial na hora de registrar os momentos.