A discussão sobre o possível reajuste de 6,14% para quem ganha acima de um salário decepcionou cearenses

A repercussão sobre o índice de reajuste na remuneração dos aposentados e pensionistas que ganham mais de um salário mínimo não foi bem recebida pelas entidades de defesa da categoria no Estado do Ceará.

O presidente Lula rechaçou a possibilidade cogitada de reajuste de 7,74%. "Nós fizemos um acordo com as centrais e mandamos uma proposta ao Congresso em uma medida provisória. Gostaria que fosse cumprido o acordo", referindo-se ao índice de 6,14%. Mas fontes ligadas ao Executivo admitem uma negociação que pode chegar aos 7%.

Cearenses decepcionados

De acordo com o presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Fortaleza (Aapefort), Eduardo Lima, um porcentual de 16% ainda não seria o ideal, mas atenderia aos anseios imediatos dos aposentados da Capital. Ele ficou desapontado com o porcentual que está sendo discutido em Brasília. "É por isso que temos que abrir postos de trabalho para os idosos, porque eles não são valorizados pela nação", reclamou Lima sobre o atual poder de compra do salário dos aposentados. Ele disse ainda ser injusta a diferença entre o índice de 9,6% aplicado para quem ganha até um salário e a variação percentual proposta pelo governo para quem recebe mais do que o mínimo. "Por que a discriminação? Isso é muito errado",desabafou.

O presidente da União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Unapeb/CE), José Milson de Oliveira, informou que 30% de todos os aposentados cearenses estão na faixa de renda acima de R$ 510,00.

Para ele, mesmo que passe o reajuste de 7%, o ganho real para os beneficiários será de apenas 2,5%. "A cada ano que passa, mais a remuneração de quem se aposentou com 8 ou 10 salários mínimos, por exemplo, está perdendo valor. O pior é que, em ano de eleição, estão querendo agradar o aposentado para fazer palanque político", finalizou Milson.