21/08/2009

Arrecadação federal cai pelo 9ºmês

Fonte: Diário do Nordeste
 
Brasília A abertura de capital da Visanet e a concentração de pagamentos de tributos pelas empresas não foram suficientes para evitar a nona queda consecutiva da arrecadação de impostos no país em julho.

No mês passado, o recolhimento de tributos totalizou R$ 58,672 bilhões, um recuo de 9,38% em relação ao mesmo período de 2008. No mês a mês, no entanto, a arrecadação já dá sinais de melhora.

De junho para julho, o montante de impostos recolhidos pela Receita apresentou um crescimento real de 8,32% - a segunda alta mensal consecutiva. Esse aumento expressivo, no entanto, é visto com cautela porque está mais ligada às operações atípicas (lançamento de ações da Visanet) e à sazonalidade no recolhimento de tributos do que a retomada da economia brasileira. A expectativa do coordenador de previsão e análise da Receita Federal, Raimundo Elói de Carvalho, é de que números melhores apareçam nos próximos meses refletindo a leve retomada da economia brasileira. "Já está ocorrendo uma retomada, mas está sendo gradativa", disse o coordenador.

Prova disso, segundo ele, é que a produção industrial ainda apresenta número negativo (-10,9% em junho), porém inferior aos apurados no início do ano. "A partir do momento que os indicadores econômicos mostrarem recuperação isso será sentido na arrecadação. Não dá para prever se vai ser em agosto, setembro ou outubro", complementou. Segundo ele, a recuperação dos indicadores econômicos demora um mês para ter reflexo no aumento do recolhimento de tributos. Para mostrar que a arrecadação tem se recuperado, Carvalho destacou as receitas administradas diretamente pela Receita , ou seja, excluindo-se taxas e demais contribuições gerenciadas diretamente por outros órgãos da administração federal. Apesar da queda real de 7,03% registrada em relação a julho de 2008, elas tem apresentado estabilidade no acumulado do ano em relação a 2008. "A partir de março houve uma estabilidade na desaceleração do recolhimento das receitas administradas. A queda se mantém na casa dos 6%", disse o coordenador. Ele admite, no entanto, que, mesmo com a retomada do crescimento, dificilmente essa baixa será revertida ao longo deste ano. A arrecadação de R$ 58,672 bilhões em julho acabou sendo menor do que o esperado.