15/10/2010
Banco do Brasil também decide pelo fim da greve
Fonte: Diário do Nordeste
Movimento de greve do bancários só tem continuidade com funcionários do Banco do Nordeste do Brasil
Os
82 funcionários do Banco do Brasil(BB) presentes na esvaziada
assembleia de ontem, na sede do sindicato da categoria decidiram acabar
com a greve dos trabalhadores, um dia depois de terem votado pela
continuidade do movimento, sem que nada tivesse mudado, a não ser a
garantia de que a quinta-feira "parada" não seria contada juntamente com
os 15 dias de paralisação que eles terão que compensar.
No clima
marcado pelo desabafo em que alguns integrantes do movimento paredista
criticaram a postura de parte da categoria que se curvava à determinação
do comando de greve nacional para aceitar o fim da paralisação. "Vamos
continuar sofrendo pressão pela falta de isonomia. Essa foi uma postura
política que põe fim à greve, mas que não satisfaz às reivindicações da
categoria, disse o bancário Fernando Saraiva.
Na última
quarta-feira, a maioria do grevistas do Banco do Brasil votou pela
continuidade da paralisação, mas depois do fim da assembleia, a
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf)/CUT
juntamente com os trabalhadores que queriam o fim da greve e foram
derrotados na votação, resolveram antecipar para ontem, a assembleia que
tinha sido marcada para segunda-feira. Esse fato, na verdade acabou
esvaziando não só o movimento grevista de ontem nas agências do BB, mas a
assembleia que encerrou a greve.
Se o atendimento estava
aparentemente normalizado nas agências privadas e na CEF, já no BB, que
juntamente com o Banco do Nordeste não voltaram às atividades ontem, o
clima era outro: muita gente confusa achando que os serviços tinham
retornado. Resultado disso foi muita fila, pessoas impacientes e
zangadas. "Eu achei que todos os bancos tivessem saído de greve, mas me
enganei, só alguns. Vou continuar sem poder sacar meu salário. Já passei
em duas agências do BB que estavam sem funcionar e não consegui
atendimento ainda", reclamou o pedreiro, Francisco Cleudimar Lima, 34,
na ansiedade de colocar suas contas em dia. No BB da Praça dos Correios e
na Duque de Caxias, o clima ficou tenso. Eram 10h20min e nada dos
caixas abrirem e a população impaciente na fila não aceitava voltar para
casa sem atendimento.
"Quero que a greve do Banco do Brasil
acabe logo. Não acho justo eu ter vindo até aqui e me avisarem só agora
que não vão me receber", comentou o aposentado, José Nilo Leite, 72,
fazendo "ponto" na fila já desde às 7h da manhã. Após muita gritaria, o
clima de tensão aumento nas duas agências do BB no centro, e somente
próximo às 11h, os gerentes liberaram atendimento, entrando idosos e
grupos de 10 pessoas por vez. "A greve não acabou ainda, temos poucos
funcionários aqui. Vamos atender de forma precária", gritou uma
funcionária tentando organizar as senhas. No bairro do Benfica, a
situação era pior: a agência do Banco do Brasil da Reitoria não abriu às
portas para atendimento nos caixas. "Não tem quase nenhum funcionário
aqui. Não dá para atender assim. O povo já reclamou muito, mas não
podemos fazer nada, paralisação continua", frisou o funcionário Marcelo
de Castro.
Sindicalista
O presidente do
sindicato dos bancários, Carlos Eduardo Bezerra disse que a decretação
do fim da greve foi decisão acertada que a categoria tomou após analisar
melhor as propostas contidas no acordo coletivo. Os ganhos podem ser
considerados como avanços", completou. Os funcionários do Banco do
Nordeste continuam em greve.
ADALMIR PONTE
REPÓRTER