27/12/2011

Brasil é a sexta economia do mundo

Brasília. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o Brasil vai consolidar a posição de sexta maior economia do mundo porque continuará crescendo mais do que outros países em razão da crise internacional afetar mais as economias avançadas. Ao comentar o estudo do Centro de Pesquisa para Economia e Negócios (CEBR), em inglês), que aponta o Brasil na nova posição no ranking mundial passando o Reino Unido, o ministro da Fazenda ponderou, no entanto, que o Brasil poderá demorar de 10 a 20 anos para fazer com que o cidadão brasileiro tenha um padrão de vida semelhante ao europeu.

Investimento social

Mantega disse que o País ainda precisa investir mais nas áreas social e econômica. "Isso significa que nós vamos ter continuar crescendo mais do que esses países, aumentar o emprego e a renda da população. Nós temos um grande desafio pela frente", disse Mantega.

"Mas a boa notícia é que estamos nessa direção e caminhando a passos largos para que o Brasil, num futuro próximo, seja um país melhor", afirmou, em nota à imprensa.

Consolidação

O ministro disse que essa posição vai ser consolidada e a tendência é de que o Brasil se mantenha entre as maiores economias do mundo nos próximos anos.

Ao citar as boas relações comerciais do Brasil com outros países, especialmente com os asiáticos, ele destacou que, atualmente, o Brasil é "respeitado e cobiçado, tanto que os investimentos estrangeiros diretos devem somar US$ 65 bi esse ano".

Segundo a consultoria britânica especializada em análises econômicas, a queda do Reino Unido no ranking das maiores economias continuará nos próximos anos, com Rússia e Índia empurrando o país para a oitava posição. A entidade prevê ainda que a economia britânica vai superar a francesa até 2016.

O estudo aponta que a economia da zona do euro encolherá 0,6% em 2012, "se o problema do euro for resolvido", ou 2%, caso a crise financeira que assola os países que adotam a moeda não encontre solução.

Repercussão

O estudo repercutiu na mídia britânica. O jornal "The Guardian" atribuiu a perda de posição à crise bancária de 2008 e à crise econômica que persiste em contraste com o boom vivido no Brasil na rabeira das exportações para a China. O "Daily Mail", outro jornal que destacou o assunto ontem, diz que o Reino Unido foi "deposto" pelo Brasil de seu lugar de sexta maior economia do mundo, atrás dos Estados Unidos, da China, do Japão, da Alemanha e da França.

Segundo o tabloide britânico, o Brasil, cuja imagem está mais frequentemente associada ao "futebol e às favelas sujas e pobres, está se tornando rapidamente uma das locomotivas da economia global" com seus vastos estoques de recursos naturais e classe média em ascensão.

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
É meramente um número

Esta notícia não é novidade para quem vem acompanhando o crescimento da economia brasileira nos últimos anos e o desempenho das economias da Europa que vêm com crescimentos mais reduzidos. Não é surpresa. Já eram dados esperados. Está se concretizando algo que estávamos esperando. Esse ranking considera o PIB, que é a soma da produção. Não quer dizer que o Brasil tenha qualidade de vida melhor que a Inglaterra. É meramente um número. Não reflete que esteja melhor que a Inglaterra. No Brasil, ainda há uma forte concentração de renda, uma pobreza absurda, ou seja, grandes disparidades econômicas. Não dá pra comprar com a Inglaterra, que tem um padrão de primeiro mundo.

 
Fonte: Diário do Nordeste