20/04/2010

Campanha alerta para remédios falsificados

Fonte: Diário do Nordeste
 
Para evitar a compra de remédios falsificados, a Anvisa orienta observar o selo de qualidade, o lote e o lacre nas embalagens

Em 2010, no Ceará, o Núcleo de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) recebeu quatro denúncias de suspeita de medicamentos falsificados em três estabelecimentos de Fortaleza e um de Iguatu.

No Brasil, foram 40 toneladas, em 2008. Já em 2009, o volume apreendido foi de 333 toneladas. Nos últimos anos, a apreensão cresceu 15 vezes em todo o País. Os dados são da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para coibir práticas de falsificação de remédios, a Anvisa lançou, ontem, a campanha "Medicamento Verdadeiro" no Estado. O propósito é alertar a população dos perigos do uso de remédios falsos e como detectá-los por meio das embalagens.

Na ocasião, foi criado o Fórum Permanente de Combate à Falsificação de Medicamentos para discutir estratégias que possam reduzir os casos de falsificação em todo o Estado.

Riscos

Os riscos à saúde estão em os medicamentos não fazerem efeito, provocando agravamento do quadro e podendo levar à morte, e por conterem doses erradas de matéria-prima, provocando efeitos colaterais graves.

A maior parte dos lotes apreendidos é de produtos contra a disfunção erétil, analgésicos e anti-inflamatórios. A comercialização, que era feita apenas por camelôs e via internet, está migrando para as farmácias e drogarias regulares. No Brasil, a falsificação e o contrabando de medicamentos são tratados como crimes hediondos. A fiscalização é feita pela Anvisa, em parceria com a Polícia Federal, e em conjunto com a vigilâncias sanitárias.

Para identificar um medicamento falsificado pela embalagem é preciso estar atento a certos detalhes, como a raspadinha, que contém o selo de qualidade; o lacre não pode estar violado; o número do lote, a data de validade e de fabricação, o número de registro no Ministério da Saúde e o telefone para contato com o fabricante devem estar presentes.

A Anvisa estuda a criação de uma marca d´água para as embalagens e de um selo para rastrear o remédio. Além disso, as ações de fiscalização estão cada vez mais intensas. No Ceará, o Conselho Regional de Farmácia identificou, este ano, 711 estabelecimentos. Destes, 48 foram interditados por serem clandestinos, segundo a presidente do CRF-CE, Lúcia Sales.

O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonseca, orienta que as pessoas evitem comprar remédios em qualquer estabelecimento. "O local tem de ter registro da Anvisa, alvará sanitário, certidão de regularidade do CRF à mostra e um farmacêutico responsável. Caso o estabelecimento não tenha um desses requisitos, é preciso notificá-lo à Vigilância Sanitária.

Crime hediondo

"A falsificação é um problema sério de saúde pública com requinte status de crime organizado"
Lúcia Sales, Presidente do Conselho Regional de Farmácia do Ceará

MAIS INFORMAÇÕES
Núcleo de Vigilância Sanitária do Estado do Ceará (Nuvis)
Av. Almirante Barroso, 600, Fortaleza Telefone: (085) 3101-5285

LINA MOSCOSO
REPÓRTER