A Campanha da Fraternidade 2010, lançada ontem por um conjunto de igrejas cristãs, colocou na mira a economia e o capitalismo. Apesar de descartarem a proposta de um novo modelo econômico, representantes das igrejas criticaram a acumulação de capital e os grandes negócios.
Com o tema ``Economia e vida: vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro``, a campanha é patrocinada tanto pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) católica quanto pelas igrejas Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana, Siriana Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida.
Questionados sobre qual seria o modelo de economia mais solidário, já que a própria Igreja Católica hoje é proprietária de bancos e outros negócios, o representante da CNBB, dom José Alberto Moura, presidente da Comissão de Ecumenismo, afirmou que ``a economia não é algo do Diabo. É o modo de usá-la que está em questão. Não criticamos uma ou outra pessoa, mas uma mentalidade de concentração de renda``, disse.
O cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, destacou que a campanha deve ser, antes de tudo, um apelo à solidariedade dos cristãos. Ele criticou a Teologia da Prosperidade, defendida por grupos evangélicos que dão ênfase ao dinheiro, um prolongamento das ideias do reformador João Calvino, ensinando que os fiéis devem desfrutar de boa situação financeira.
Ontem, na Igreja da Sé, ele apelou à generosidade dos católicos, ao pedir que contribuam na coleta de ofertas destinadas às vítimas do terremoto do Haiti. (das agências)