07/05/2012

Células-tronco são usadas em implantes

<div> Fonte: Diário do Nordeste

Com o novo método, o paciente deixa o hospital no mesmo dia, além de o procedimento ser mais rápido.

As células-tronco podem ajudar as pessoas a voltar a sorrir. O cirurgião-dentista, especialista e mestre em implantodontia, Jório da Escóssia Júnior, realiza, há dois anos, a cirurgia, chamada de Enxerto Biológico com Utilização de Biomateriais e Células Tronco (BMP2). Graças ao procedimento, as células-tronco realizam a reconstrução óssea em implantes dentários.

Segundo Escóssia Júnior, a cirurgia é indicada para pessoas parcial ou totalmente desdentadas, pois, ao longo dos anos, elas perdem a estrutura óssea. O cirurgião conta com a ajuda do colega, o mestre em Cirurgia da Cabeça e Pescoço e doutor em Implantodontia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), André Zétola.

O especialista explicou que, antigamente, a técnica cirúrgica de enxertos ósseos era a mais utilizada nesses casos. No entanto, ela trazia muitos problemas ao paciente, pois era necessária a utilização de um osso autógeno, ou seja, da própria pessoa, retirado de outras áreas. Além disso, era preciso anestesia geral e equipe multidisciplinar para acompanhar o paciente, o que demandava muito tempo na sala de cirurgia e recuperação semi-intensiva.

Já no novo procedimento, introduzido no Ceará por Escóssia Júnior, é feita uma sedação venosa. Outra vantagem é que a cirurgia leva em torno de duas horas, além de não precisar remover o osso. O paciente sai do hospital no mesmo dia.

Ele ressaltou que o produto Infuse Bone Graft, do Laboratório Medtronic, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2009, é utilizado na cirurgia, pois tem uma proteína que acelera a geração de células-tronco nos ossos. No Ceará, esse procedimento já foi realizado 20 vezes, enquanto, no Brasil, foram 150.

"Ao longo dos dois anos que estamos trabalhando com essa técnica, não tivemos nenhum insucesso. A técnica é previsível, o pós-operatório é tranquilo e a pessoa volta às suas atividades normais rapidamente", explica o cirurgião-dentista.

Ele acrescentou que a sua grande alegria é ver que todas as suas cirurgias foram bem-sucedidas. "A autoestima dos nossos pacientes é bastante elevada após o procedimento, pois agora eles têm uma prótese fixa e descartam as móveis. Dentadura nunca mais", ressalta.

De acordo com o especialista, o uso da dentadura limita bastante o que a pessoa pode fazer, como dar uma gargalhada ou comer qualquer coisa. "A pessoa tem que viver com isso todos os dias", ressalta.

Autoestima

Conforme André Zétola, as contraindicações quase não existem. "O fator idade não é limitador, pois o objetivo é fazer com que a pessoa volte a ter uma vida normal. A pesquisa em relação a esse procedimento é feita desde 1992. Nos Estados Unidos, foi permitido desde 2002 e, aqui, desde 2009. Por isso tem tanto sucesso", frisou.

O profissional destacou que o método é uma terapia celular, que utiliza as próprias células do paciente e não envolve um corpo estranho, pois o tecido é igual. Desta forma, o organismo não rejeita o tecido implantado.

"Na maioria das vezes, o paciente também melhora em relação à estética, já que rejuvenesce, pois o procedimento melhora a estrutura óssea da pessoa", conta Zétola.</div>