Centenas
de aposentados e pensionistas promoveram nesta terça-feira (10/9), na
Câmara dos Deputados, um ato pela aprovação da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 555/2006, que acaba com a contribuição previdenciária
dos servidores públicos inativos. Atualmente, o desconto no
contracheque é de 11%.
Segundo um dos organizadores do evento, o presidente do Movimento dos
Servidores Aposentados e Pensionistas do Serviço Público (Mosap), Edison
Haubert, apenas o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), não
assinou um documento em apoio à aprovação da PEC.
“Insistimos nesse movimento para, exatamente, buscar o apoio dele, para
que a proposta possa tramitar legislativamente. Temos convicção de que,
uma vez tramitando, venceremos no plenário”, discursou Haubert.
De autoria do ex-deputado Carlos Mota (PSB-MG), a PEC teve
admissibilidade aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
em 2007 e está parada desde 2010, quando foi aprovada por uma comissão
especial criada para analisar o mérito.
“Essa mobilização é muito importante. Só com muita pressão ela será
votada. Essa é uma PEC de justiça social, porque é uma excrecência
aposentado continuar pagando a Previdência para nada”, disse à Agência
Brasil o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), relator da PEC na
comissão especial.
Mobilizações – O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP)
disse que a aprovação da matéria só acontecerá se houver constante
mobilização dos servidores públicos. “Precisamos pressionar, cobrar dos
deputados. Essa PEC não é favor nenhum. Isso não pode continuar desse
jeito. Nós temos que mudar, e mudar já”. O deputado sugeriu organizar
mobilizações no Rio Grande do Norte, estado do presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), e outra no Ceará, para pressionar o
líder do PT, deputado José Guimarães (CE/PT), a assinar o requerimento
para votação da PEC. Ele também criticou a cobertura da mídia sobre a
Previdência Social. “A Previdência não está quebrada coisa nenhuma. Quem
vive dizendo que a Previdência está quebrada é a Rede Globo, que tem
como patrocinadores os banqueiros. Nós temos que mostrar nossas garras,
lutar todos juntos para mostrar essa mentira para a sociedade”.
O deputado Chico Alencar (Psol/RJ) disse que PEC é “uma medida de
elementar justiça e de moralidade pública”. “É uma contradição falar de
contribuição do aposentado e do pensionista. É uma extorsão. Dizer que
há rombo da Previdência é mentira e para mostrar isto tem um belíssimo
estudo da ANFIP que fala com propriedade do assunto”, ressaltou o
deputado.
Também falou sobre a injustiça da cobrança dos aposentados e
pensionistas o deputado João Dado (PDT/SP). “Temos que nos mobilizar
contra essa injustiça. Os aposentados vão contribuir para quê? Isto é
confisco. É um confisco de direitos.” Para o deputado Chico Lopes
(PCdoB/CE), a manifestação é positiva para que os deputados e a
presidente Dilma respeitem os servidores. “Demos a nossa contribuição
para que o país chegasse aonde está hoje e por isto merecemos respeito”.
Em seu pronunciamento, o autor da PEC 555, o ex-deputado Carlos Mota
(PSB/MG), elogiou o evento do Mosap e o trabalho que tem sido feito pela
aprovação da matéria. “Fico muito satisfeito em assistir uma
mobilização tão forte como esta agora, não só como autor da PEC, mas
também como aposentado. Espero que esta mobilização consiga sensibilizar
todos os deputados.”
Para a deputada Jô Moraes (PCdoB/MG) se fosse à votação hoje, a PEC já
teria votos suficientes para ser aprovada. “Vocês estão apresentando uma
PEC altamente compatível com a situação. São 339 parlamentares que já
assinaram o requerimento para votação, faltam somente 190 deputados.
Isto significa que vocês já têm votos suficientes para aprovar essa
PEC”. Já o deputado João Ananias (PCdoB/CE) considerou a contribuição
dos inativos uma “malvadeza”. “A PEC 555 não é fazer favor, é reconhecer
uma causa justa. Não é justo e não é legal (a contribuição).”
Também estiveram presentes e se pronunciaram a favor da PEC a deputada
Fátima Bezerra (PT/RN), o deputado Ivan Valente (Psol/SP), o deputado
Júlio Lopes (PPS/RJ), o deputado Onofre Agostini (PSD/SC), e diversos
representantes de entidades de servidores públicos.
Fonte: Fenafisco, com informações da Agência Brasil