11/03/2011
Na reunião que terão hoje com a presidente Dilma Rousseff (PT), as centrais sindicais poderão aceitar uma correção da tabela do Imposto de Renda inferior à inflação de 6,47% acumulada pelo INPC em 2010, mas condicionada a um compromisso de que o governo garanta um reajuste automático da tabela nos próximos três anos.
Oficialmente, as centrais dizem que não aceitarão qualquer proposta inferior aos 6,47%, mas fontes ouvidas pela Agência Estado admitem que o governo não deu sinais de que avançará muito além dos 4,5% já apresentados e que poderão aceitar uma proposta próxima dos 5%. Com uma correção da tabela menor que a da inflação, o contribuinte acaba pagando mais imposto e o Governo, consequentemente, arrecadando mais.
“Nossa proposta é de uma correção de 6,47%. Estamos em negociação e essa é uma primeira conversa”, disse o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, que participa da reunião de hoje em Brasília. “Não posso falar pelas outras centrais, mas de fato existe essa proposta de garantir o reajuste automático pelos próximos três anos, levando em conta as perspectivas de inflação.”
O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, que também irá à reunião, disse que a prioridade é a correção dos 6,47%. “Não vou questionar a opinião das outras centrais, mas nós queremos os 6,47%. Vamos também tentar avançar para garantir a correção dos próximos três anos”, afirmou.
De acordo com Severo, as centrais querem uma política semelhante à do reajuste do mínimo, aprovada por lei. “Essa política poderá vincular o reajuste da tabela à meta de inflação do governo. Pode ser o centro da meta, mas pode ser outro número de referência”, disse.
Reatando os laços
Depois da discussão do salário mínimo, durante a qual não foram recebidas pela presidente, as centrais pretendem recuperar a relação que tinham com o governo quando o presidente era Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta primeira reunião com Dilma, elas acreditam que o governo não será intransigente na defesa dos 4,5%.
''A negociação da correção da tabela do IR ainda não passou pelo Congresso e está numa situação muito diferente do mínimo. A expectativa é que tenhamos uma margem de negociação maior”, disse Severo. “É um aceno positivo do governo porque amanhã (hoje) faz três anos que as centrais foram regularizadas”, afirmou Juruna. (das agências)
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A reunião de hoje entre as centrais sindicais e a presidente Dilma será a primeira oportunidade para se aparar as arestas criadas na votação do novo salário mínimo, quando o governo não recuou da proposta de R$ 545