19/06/2020

Chefes de grupo que se passava por desembargadores para aplicar golpes são presos em ação das Polícias Civil do CE e do PI

Os suspeito passam informações falsas sobre o recebimento de precatórios e cobram taxas cartorárias das vítimas. O distanciamento social foi utilizado como pretexto para realizar os processos por telefone.

Uma operação conjunta da Polícia Civil dos estados do Ceará e Piauí resultou nas prisões de 11 pessoas envolvidas em um esquema de golpes no qual os criminosos se passam autoridades públicas para enganar as vítimas. Os suspeitos se passavam por desembargadores e auditores para cobrar taxas cartorárias irregulares. Além das prisões, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Região Metropolitana de Fortaleza nesta quarta-feira (17).

Nesta fase da operação, nomeada de 'Precatórios', a polícia teve como alvo os chefes da organização criminosa, responsáveis por coordenar os golpes. As investigações identificaram o modo de agir dos golpistas, os autores e locais de onde os golpes eram aplicados. As prisões desta terça-feira foram todas realizadas no Ceará.

Segundo a polícia, os golpistas entravam em contato com as vítimas por telefone e forneciam informações falsas, prometendo liberar pagamentos de precatórios, que são créditos devidos por governos. Para ter os créditos liberados, as vítimas deveriam pagar supostas taxas de cartório.

Na primeira fase, deflagrada em março, outros 13 suspeitos do golpe foram presos no Ceará e também no Distrito Federal. Um dos criminosos chegou a se passar pelo presidente do Tribunal de Justiça do Piauí para aplicar o golpe em uma mulher. Segundo a polícia, a primeira fase desarticulou o braço financeiro da organização criminosa.

As investigações indicam que os criminosos atuaram também nos estados de Alagoas, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

 

Pandemia

Nesta segunda fase, investigações indicam que os suspeitos utilizaram a pandemia do novo coronavírus como pretexto para o golpe.

Conforme o Delegado Matheus Zanatta, gerente da Polícia Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil e responsável pela operação, a organização criminosa fez mais de mil vítimas, entre golpes consumados e golpes tentados.

Conforme a Polícia Civil, os golpistas ligavam para as vítimas, avisando que teriam dinheiro de precatórios disponível e forneciam o contato de outro criminoso, que se identificava como desembargador. O desembargador falso então cobrava dinheiro das vítimas, afirmando ser de taxas cartorárias.

Uma residência localizada na praia do Icaraí, em Caucaia, município da Região Metropolitana de Fortaleza, servia de central de telefonia de onde partiam as ligações para as vítimas.

 

Fonte: G1