Fonte: Diário do Nordeste
O consumidor muitas vezes preocupa-se apenas com a prestação ajustar-se ao orçamento e esquece dos juros altos
A concessão de crédito continua sendo uma questão séria para o consumidor. O mercado financeiro apena o cliente e não tem se mostrado transparente quanto à liberação de empréstimos. O assunto não é novo, mas ainda ocupa os fóruns de discussão, especialmente na data em que se comemora o Dia do Consumidor (15 de março).
Humberto Veiga, doutor em Economia pela UnB, consultor da Câmara dos Deputados para assuntos de Direito Financeiro, Comercial e do Consumidor afirma que "é preciso evitar sempre tomar empréstimo. Utilizar somente para emergência".
"Para ilustrar: o crédito é uma máquina do tempo - faz com que a pessoa viva algo que só deveria ocorrer no futuro".
Custo superior
Usando ainda de ilustração, Veiga diz que "para viajar o consumidor paga caro, o que vai afetar sua riqueza futura". "Quando o cliente toma o crédito, não se informa sobre o CET (Custo Efetivo Total), que é a porcentagem anual que o cliente paga ao contratar uma operação de empréstimo, financiamento ou leasing. Portanto, antes de fechar o negócio, se lembrar que vai pagar além do valor a ser contratado". A dica do consultor financeiro é juntar recursos para adquirir o bem desejado. "Mesmo quando o consumidor faz pesquisa de preço, pode perder todo o seu trabalho se contratar um crédito, por exemplo, mais caro na loja do que junto às financeiras", mencionou.
"Nessa ocasião", diz Veiga, "é que entra o Custo da Ansiedade". "Por exemplo: Se o consumidor vai comprar uma geladeira no valor de R$ 1.000, considerando um CET de 5%, em 24 meses, a parcela vai girar em torno de R$ 70, somando um total de R$ 1.680. Se a pessoa poupar a mensalidade por 13 meses, vai poder comprar o bem à vista e economizar cerca de R$ 700". "Será que vale pena pagar pela ansiedade?, questiona.
O doutor em economia sugere cuidado também com relação à renegociação de dívidas no consignado. "Os promotores de crédito são comissionados e pagos pelos tomadores de empréstimos. Algumas vezes, quando o credor está próximo a quitar o financiamento, esses profissionais o convencem a renovar. Oferecem, por exemplo, R$ 1.000, tornam a prestação mensal mais barata e alongam o prazo. Mas na verdade, o que ocorre, é que a pessoa está se comprometendo com mais crédito caro", chama a tenção. "Não se iludam: não existe mágica no mercado financeiro. Portanto, evite comprar à crédito, faça reservas e compre à vista", pontua Veiga. Humberto Veiga foi o palestrante do Seminário "Nosso Dinheiro, Nossos Direitos", tema proposto pela Consumers International (CI) para 2010. No Ceará, as discussões estão sendo tocadas pelo Fórum Permanente de Defesa do Consumidor (FPDC), que congrega Ordem dos Advogados do Brasil/CE, Núcleo de Educação do Consumidor e Administração Familiar da UFC, Procon da Assembleia Legislativa doo Ceará, Procon Fortaleza , Decon, Ipem/Inmetro, Vigilância Sanitária de Fortaleza, Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Vereadores de Fortaleza, Setur e Associação Brasileira de Economia Doméstica(Abed).
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Dúvidas ou denúncias? Entre em contato com o Decon (Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor) pelo número 3452-4505.
ISILDENE MUNIZ
REPÓRTER