20/08/2009
Déficit da Previdência sobe 35% em julho
Fonte: Diário do Nordeste
Brasília O aumento real do salário mínimo e a elevação nas despesas com sentenças judiciais empurraram o déficit da Previdência Social para R$ 3,09 bilhões em julho, com crescimento de 35,5% ante o mesmo período de 2008. Na comparação com junho deste ano, entretanto, houve redução de 8,8% no saldo negativo.
Os números foram divulgados ontem pelo Ministério da Previdência em entrevista conturbada, em que o ministro José Pimentel evitou, por várias vezes, informar o resultado negativo das contas do INSS.
Além disso, a apresentação dos dados entregue à imprensa foi totalmente reformulada, camuflando os números globais. O destaque foi jogado sobre o resultado das contas previdenciárias do setor urbano, que apresentou superávit de R$ 13 milhões no mês de julho.
Ao enfatizar os números da Previdência urbana cujas contas são mais equilibradas , o ministro afirmava que o déficit do setor rural no qual está concentrado o rombo previdenciário também ocorre em outros países e é uma opção da sociedade. "Não estamos escondendo nada. Tudo aqui é transparente. Só estamos aplicando o que prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina a separação dos números".
O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, afirmou que a queda do déficit em relação a junho é fruto de um pequeno aumento da arrecadação combinado a uma diminuição nos gastos com benefícios. Para esclarecer o crescimento do rombo previdenciário na comparação com julho de 2008, o ministro chegou a apresentar justificativas. "Antecipamos o reajuste dos benefícios em um mês e ampliamos o pagamento do passivo previdenciário judicial. Mesmo assim, os números de 2009 são mais vantajosos que os de 2008", afirmou o ministro.
No acumulado do ano, o resultado da Previdência atingiu saldo negativo de R$ 24,691 bilhões crescimento de 13,4% em relação aos sete primeiros meses de 2008.