08/06/2012

Desenvolvimento sustentável: Sintaf participará da Rio+20

Fonte: SINTAF
 
Neste mês de junho, entre os dias 13 e 22, ocorrerá no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 (em alusão aos 20 anos da realização da ECO-92, a primeira conferência da ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento, também realizada no Rio).
 
A Rio+20 vem sendo cercada de grande expectativa por ambientalistas de todo o mundo, uma vez que espera-se que a Conferência contribua para traçar estratégias e planejamento para a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas no planeta.  Dois eixos principais permearão quase todos os debates: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento. Já está confirmada a participação de autoridades políticas e chefes de Estado de diversos países.
 
O Sintaf terá representante na Rio+20. A fazendária e professora de Direito Ambiental, Germana Belchior, que lançou ano passado o livro Hermenêutica Jurídica Ambiental, estará na Conferência, representando o Sindicato e a Fundação Sintaf, acompanhando as discussões e debates enriquecedores no tocante à temática ambiental e do desenvolvimento sustentável. Para Germana, a expectativa para o evento é a melhor possível, mas não será fácil chegar a um consenso entre os líderes de Estado, dada a complexidade do assunto. Segundo ela, os desafios para a implementação do desenvolvimento sustentável são cada vez maiores, apesar da disseminação do discurso ambiental. “A temática ambiental é transdisciplinar, dialogando com outras áreas do conhecimento e impondo uma gestão compartilhada entre Estado, sociedade e terceiro setor. Foi-se o tempo em que uma política ambiental ficava restrita aos órgãos ambientais, o que levou a própria rediscussão do conceito de desenvolvimento sustentável, expressão tão falada, mas com dificuldade semântica”, afirma.
 
No que diz respeito à relação entre o homem e o meio ambiente, Germana pontua que o que se percebe de forma mais drástica em relação à problemática ambiental é a falta de consciência local e global no que concerne às consequências dos impactos negativos no meio ambiente. “Muitas das consequências negativas dos danos ambientais não são sentidas de forma mais concreta pela sociedade. Pelo menos não em relação àquela sociedade da geração que contribuiu diretamente para o impacto. Parece que o meio ambiente está muito distante, pois seus efeitos não são visualizados de uma forma mais presente no dia a dia das pessoas. Mas a geração atual sofre o descaso daquela que lhe antecedeu. E a atual contribui para os impactos que serão sofridos por aquela que ainda está por vir. Tal comportamento é consequência do modo de produção capitalista”, disse. Desse modo, assevera Germana, “é preciso e emergencial uma convivência harmônica entre o homem e o meio ambiente para mudar os valores, o pensamento, a atitude, o modo como ocorre referida simbiose”, completa.