20/11/2009

Doenças cardiovasculares matam menos no Brasil

Fonte: O Povo
 
Estudo do Ministério da Saúde aponta queda de 20,5% nas mortes por doenças cardiovasculares no período de 16 anos, de 1990 a 2006. Principal causa de óbito no País, esse grupo de doenças, que inclui o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), matou cerca de 300 mil pessoas em 2006, quase 30% do total de óbitos registrados. Já as mortes especificamente por doenças cerebrovasculares tiveram uma redução de 30,9% no mesmo período.

Os dados fazem parte do Saúde Brasil 2008, publicação anual da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), que neste ano abrange os 20 anos do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre outros aspectos, o estudo analisa a tendência do risco de morte para doenças crônicas não-transmissíveis no Brasil.

Uma redução expressiva nas mortes por doenças cardiovasculares foi observada na população de 20 a 74 anos. Nessa faixa etária, o risco de morte caiu de 187,9 por 100 mil habitantes, em 1990, para 149,4 por 100 mil habitantes em 2006, o que representa queda de 1,4% ao ano. As reduções mais significativas estão nas regiões Sul e Sudeste, que apresentam declínio desde 1990, enquanto o Nordeste apresentou aumento.

Segundo o diretor do Departamento de Análise de Situação de Saúde da SVS, Otaliba Libânio Neto, a melhora nos resultados se deve ao maior nível de instrução da população, assim como às políticas de prevenção à saúde, como a promoção de alimentação saudável e o estímulo à atividade física.

De todas as causas específicas do aparelho circulatório, os óbitos por doenças cerebrovasculares, especificamente o AVC, foram a primeira causa, com 9,4% de mortes, seguidos pelas doenças isquêmicas do coração (8,8%), como infarto.

Diabetes
O estudo aponta, por outro lado, tendência de aumento nas mortes por diabetes, de 1990 a 2006, ao se considerar apenas o óbito por causa básica. Nos adultos de 20 a 74 anos, o risco de morte passou de 16,3 por 100 mil habitantes, em 1990, para 24 por 100 mil habitantes, em 2006. ``O principal fator associado é a mudança na alimentação do brasileiro, que leva ao sobrepeso, afinal o diabetes tem relação direta com a obesidade``, comenta Libânio.

Desde 2006, o Ministério da Saúde acompanha os fatores de risco e de proteção para as doenças crônicas não-transmissíveis por meio do inquérito telefônico realizado nas 26 capitais e do DF. São mais de 54 mil entrevistas que ajudam a monitorar variáveis como o hábito de fumar, o consumo de bebidas alcoólicas, o excesso de peso, a obesidade, os hábitos alimentares, o sedentarismo e a morbidade referida, com diagnóstico prévio para diabetes e hipertensão arterial.