24/09/2009

Economia entra numa nova onda de otimismo

Fonte: Diário do Nordeste
 
Dólar em franca queda, confiança do consumidor em alta, País com nível de reservas internacionais em recorde histórico, salários reais em crescimento, índice Ibovespa com rentabilidade acumulada em mais de 60% ao ano. Soma-se a isso, expectativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não encerre o ano no terreno negativo, além do menor índice histórico da taxa Selic e, para completar, a elevação do rating soberano do Brasil pela agência internacional Moody´s. Os especialistas não têm dúvidas, estamos entrando em um círculo virtuoso na economia nacional.

Para o economista e professor de Mercados de Capitais da Unifor, Ricardo Eleutério, o Brasil já vinha em um processo de crescimento e agora entra em uma situação macroeconômica mais estabilizada e confortável o que leva a concluir que "sim, estamos diante de um cenário de otimismo", ressalta.

A opinião é partilhada pelo também economista e diretor da Parceirize consultoria, José Maria Porto Sobrinho. "Se compararmos o Brasil com outros países da Europa e até mesmo com os Estados Unidos, temos excelentes motivos para estarmos otimistas", enfatiza.

A volta dos investidores

O dólar comercial caiu ontem à menor taxa desde setembro do ano passado e fechou o dia sendo vendido a R$ 1,788. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,801 e R$ 1,782.A notícia, aliada à classificação sobre o grau de investimento animou o mercado e gerou expectativas positivas. "Isso demonstra um real otimismo por parte dos investidores estrangeiros que estão voltando a comprar ações no mercado brasileiro, com isso, teremos a volta dos lançamento de ações, os chamados IPOs, com perspectivas recordes até o final do ano", aponta Sobrinho.

A Pesquisa Febraban de Projeções e Expectativas de Mercado apontou, em julho, uma leve melhora das estimativas de 27 instituições financeiras relativas à evolução do nível de atividade em 2009 e 2010. Para este ano, as previsões indicavam em junho uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,3%, mas agora apontam leve redução de 0,1%. De acordo o estudo não há expectativa de mudança na Selic até o fim de 2010, permanecendo a taxa em 8,75%, "a menor taxa da história", destaca Eleutério.

A pesquisa apontou que o Brasil deve registrar este ano um saldo comercial maior em comparação ao previsto em junho por instituições financeiras. A estimativa subiu de US$ 16,8 bi para US$ 21,5 bi.

Consumidor confiante

Já a última pesquisa CNI/Ibope concluiu que a expectativa da população é que a economia vai melhorar nos próximos seis meses. O índice dos que acreditam no aumento do desemprego caiu 9% em relação à pesquisa anterior e os que apostam na queda do índice aumentou 4%. No geral, o brasileiro acredita que a inflação está sob controle e deverá melhorar nos próximos seis meses.

Renda em alta

No geral, os entrevistados acreditam que a própria renda vai melhorar: 5% acham que vai aumentar muito nos próximos seis meses, ante 4% na pesquisa anterior. 33% acham que vai crescer. Os que avaliam que a renda vai cair passaram de 12% para 8%. As expectativas mais positivas para os próximos seis meses são reflexo da melhor avaliação do ano de 2009.

Na pesquisa anterior, 77% acreditavam que o ano estava sendo bom ou muito bom. Hoje, esse número passou para 80%. Os que acreditam que está ruim ou muito ruim caíram de 22% para 19%. Os especialistas aconselham cautela nas compras para evitar inadimplência

MARIA SOCORRO E SILVA
ESPECIAL PARA ECONOMIA