18/06/2010
O consumidor está investindo na compra de produtos mais caros como televisores no mês de junho. Por isso, o índice de endividamento cresceu 3,44 pontos e 57,94% dos entrevistados estão com algum tipo de dívida. O cartão é a forma de pagamento mais utilizada
Investindo na compra de produtos mais caros como televisores e eletrodomésticos, o consumidor de Fortaleza está mais endividado em junho na comparação com o mês passado. No período, 57,94% dos consumidores possuem algum tipo de dívida. O índice representa um crescimento de 3,44 pontos percentuais acima do verificado em maio (54,50%), mas abaixo do resultado de junho do ano passado (61,75%).
De acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) da Fecomércio/CE, além de mais endividado, o consumidor fortalezense também está com mais contas ou dívidas em atraso. O índice cresceu 2,79 pontos percentuais na comparação com maio, chegando a 22,12%.
O resultado não é preocupante, de acordo com o economista Alex Araújo. Ele explicou que, embora com algumas dívidas em atraso, o consumidor em geral tem condições de honrar com seus compromissos. “É o crescimento muito concentrado nas faixas de renda mais elevadas e não sensibilizou a possibilidade de inadimplência”.
A pesquisa do IPDC apontou que a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrarem seus compromissos. A taxa de inadimplência potencial, caiu 0,14 pontos percentuais em junho, passando de 6,23%, em maio, para 6,09% neste mês.
Os consumidores inadimplentes são predominantemente do sexo feminino (6,46% de taxa de inadimplência potencial), com faixa etária superior a 35 anos (6,40%), nível de escolaridade fundamental (8,37%) e da classe socioeconômica D/E (9,70%).
Cartão de crédito
As compras de produtos como televisores, computadores e projetores, que têm um preço mais elevado, são parceladas quase sempre no cartão de crédito, segundo a gerente da Cecomil Gleyce Kelle. Ela explicou que pagamentos à vista só são feitos por empresas ou por consumidores que “juntam há muito tempo”. Para Gleyce, o parcelamento é para “não pesar tanto no orçamento do consumidor”.
A preferência nas compras com o cartão também foi apontada na pesquisa. O instrumento de crédito foi utilizado por 79,07% dos consumidores, seguido pelos carnês e crediários (16,24%) e empréstimos pessoais, com 13,74%.
“O cartão de crédito está muito ligado a uma questão cultural e pode ser utilizado em gastos correntes como o pagamento de supermercados e abastecimento de veículos”, explicou o economista Araújo.