17/03/2015

Idosos são 70% dos casos de consumidores na Defensoria do RS

Pessoas da terceira idade estão entre as que mais se endividaram.

Defensora pública dá dicas para quem planeja tomar empréstimo. 

 

Os idosos representam cerca de 70% dos atendimentos no serviço dedicado ao consumidor na Defensoria Pública do Rio Grande do Sul. Um levantamento revela que as pessoas da terceira idade estão entre as que mais se endividaram no estado, como mostra a reportagem do RBS Notícias (veja o vídeo).

De acordo com o Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC), que mapeou os dados do endividamento no Brasil nos últimos 12 meses, pessoas da terceira idade foram as que mais se endividaram em lojas, bancos e financeiras devido à cobrança de juros e encargos abusivos. A pesquisa também constatou que as mulheres representam 60% dos endividados e 80% dos inadimplentes pertencem à classe C.

A servidora pública estadual Julce Silveira conta que pediu um empréstimo bancário de R$ 1 mil em 2012 para pagar contas em atraso. Porém, não recebeu o dinheiro e, depois da quinta parcela, parou de pagar. Ainda assim, a dívida aumentou.

"Eles mostram mais de R$ 20 mil, mandam mensagem para o celular. Antes eles mandavam carta”, conta Julce, que lamenta não ter um comprovante da transação. "Se tivesse papel como nas documentações agora solicitadas pela Defensoria. Não tenho papel assinado, só tenho cobranças que fui deixando no celular gravado", conta ela.

A maior parte dos casos encaminhados à Defensoria Pública são solucionados dentro do órgão, por meio de acordos. Quando as partes não chegam a um acerto, a disputa vai pra Justiça. Antes disso, no entanto, estudantes de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) recalculam as dívidas.

A defensora pública Josane Heerdt dá dicas para quem planeja tomar um empréstimo. “Na hora da contratação, olhem não apenas o valor contratado e valor da parcela que podem pagar, mas multipliquem o valor da parcela pelo número de parcelas que serão cobradas. Aí elas terão o valor total e vão verificar que aquele contrato não é tão bom quanto venderam para elas”, diz.

Fonte: g1.com