14/10/2010
Ipea quer elevação da idade de aposentadoria
Fonte: Diário do Nordeste
Segundo estudo do Ipea, os novos empregos no futuro deverão se concentrar na população maior de 45 anos
Rio.
Diante do ritmo acelerado de envelhecimento da população, o país
deveria discutir a elevação da idade mínima de aposentadoria, defendeu
ontem a coordenadora de população e cidadania do Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada), Ana Amélia Camarano.
"É bom, é importante não só para a questão fiscal, como para o próprio indivíduo não sair do mercado de trabalho", disse.
Camarano
destacou que esse não é um debate presente apenas no Brasil, e citou a
França, que tem enfrentado greves e protestos contra o plano que prevê
a elevação da idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos. Ela
lembrou ainda o Japão, que aprovou um aumento de 60 para 65 anos da
idade mínima, válido a partir de 2013.
Estudo apresentado ontem
pelo instituto com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios) mostra que a população brasileira atingirá o
pico em 2030, quando chegará a 206,8 milhões de pessoas. Com a queda da
natalidade e a tendência de envelhecimento, o instituto afirma que os
novos empregos no futuro deverão se concentrar na população maior de 45
anos, que será responsável por 56,3% da futura população em idade ativa.
Nos
últimos anos, os idosos têm aumentado sua participação na população. Em
1992, representavam 7,9% do total. No ano passado, esse percentual
subiu para 11,4%. Segundo Camarano, uma das consequências do processo
de envelhecimento da população é que as empresas terão de se adaptar e
oferecer melhores condições de trabalho a fim de reter funcionários na
ativa mais anos.
Ela ressalta que é preciso reduzir o
preconceito em relação ao trabalho dos idosos e investir na capacitação
para que eles acompanhem as mudanças tecnológicas. "A própria
aposentadoria compulsória aos 70 anos é fruto de preconceito. A
sociedade e os empregadores terão de rever essa atitude".
Emprego temporário
Maior
renda e aumento do consumo favorecem a criação de empregos temporários
para o fim do ano no comércio e na indústria. Até dezembro serão
criadas 139 mil vagas temporárias de trabalho em todo o país,
crescimento de 11% em relação ao mesmo período de 2009.
Caso a
previsão se confirme, será o melhor resultado da série histórica, que
começou em 2006. Esses números são de pesquisa da Asserttem (Associação
das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário).
Segundo Vander Morales, presidente da associação, o mercado está
otimista com a estabilidade econômica e com a ascensão de brasileiros
para a classe C. Para quem busca um trabalho temporário, as ferramentas
são diversas, entre elas, a realização de um cadastro no site da
Asserttem (www.asserttem.com.br).
"Além do cadastro, sugerimos
levar o currículo aos shoppings e às lojas de rua. O interessado também
pode procurar a administração dos shoppings e deixar seu currículo",
diz Jismália Alves, diretora de comunicação da Asserttem.
Desses
postos de trabalho, 70% devem ser criados pelo comércio e 30% pela
indústria. Além disso, cerca de 39 mil postos podem se tornar efetivos,
segundo a associação. Os jovens também devem ser beneficiados.
Estima-se que 30% das posições sejam ocupadas por quem busca o primeiro
emprego.
Segundo o Sebrae, os pequenos empreendimentos vão
expandir seus quadros para a demanda sazonal de fim de ano. A Alshop
(Associação de Lojistas de Shopping) também está otimista, e prevê que
130 mil vagas serão criadas até o fim deste ano, uma quantidade 10%
superior do que em 2009.
População
2030 será o ano em que o Brasil deverá atingir uma população de 206,8 milhões de habitantes, segundo revela a Pnad