28/10/2009

Juros atingem 162,7% ao ano

Fonte: Diário do Nordeste
 
Brasília Após a queda de 6,3 pontos percentuais registrada em agosto, os juros do cheque especial voltaram a subir em setembro, fechando o mês em 162,7% ao ano, de acordo com o relatório de crédito divulgado ontem pelo Banco Central.

Em agosto, a taxa ficou em 161% ao ano, o menor índice desde junho de 2008. Naquele mês, antes da crise financeira, era de 159,1% ao ano.

A modalidade de financiamento continua tendo uma das maiores taxas do mercado. Os juros do crédito pessoal também subiram, passando de 44,3% ao ano em agosto para 44,7% em setembro.

Os juros para financiamento de veículos também sofreram alteração, passando de 26,2% ao ano em agosto para 24,9% no último mês de setembro.

Taxa de empréstimo cai

A taxa de juros de empréstimos para pessoas físicas alcançou em setembro o menor nível da série histórica do Banco Central, iniciada em 1994, ficando em 43,6% ao ano em setembro. No mês anterior, era de 44,1% a.a. e em setembro de 2008 chegava a 53,1% a.a.

A taxa geral de juros caiu pelo décimo mês seguido, de 35,4% ao ano em agosto para 35,3% a.a. em setembro. É a menor taxa desde dezembro de 2007, quando era de 33,8%.

Os juros de empréstimos para pessoas jurídicas também caíram, passando de 26,4% ao ano para 26,3% a.a., melhor taxa desde abril do ano passado.

Selic influencia juro

A expectativa de aumento na taxa básica de juros (Selic) já apresenta reflexos no custo dos financiamentos para o consumidor. Segundo dados do BC, a taxa média cobrada das pessoas físicas chegou a 43,6% ao ano em setembro, menor patamar da série, iniciada em 1994.

Apesar dessa queda, os juros para as modalidades mais utilizadas, como cheque especial e crédito pessoal, subiram no mês passado. Além disso, dados parciais para outubro mostram aumento no custo do crédito.

Em setembro, a queda dos juros poderia ter sido maior, não fosse o aumento na taxa que os bancos pagam na captação de recursos para empréstimos, que subiu pelo segundo mês consecutivo. Esse movimento reflete a expectativa do mercado financeiro de que a taxa básica de juros voltará a subir em meados de julho do ano que vem, em razão do crescimento previsto da economia

EM SETEMBRO
Habitação e veículos puxam alta do crédito

Os empréstimos para a aquisição de veículos e para compra da casa própria foram os dois principais responsáveis pelo aumento no crédito para as famílias brasileiras em setembro. Os números de setembro mostram uma pequena recuperação no financiamento para as empresas, que ainda não voltaram aos níveis pré-crise.

De acordo com dados do Banco Central, o estoque de crédito no país chegou ao patamar recorde de R$ 1,35 trilhão em setembro - cerca de R$ 7.000 para cada brasileiro. Isso equivale a 45,7% do PIB, acima dos 38,7% verificados em setembro do ano passado.

A concessão de novos empréstimos apresentou o melhor resultado do ano, puxada pelo desembolso recorde de crédito para compra de veículos no último mês de redução integral do IPI para esses produtos.

Foram R$ 6,8 bilhões para a compra de carros, 130% a mais do que o volume de dezembro do ano passado. O crédito imobiliário registrou o segundo maior crescimento, no mês e no ano, já que esse setor foi um dos menos afetados pela crise.

O aumento do crédito contribuiu ainda para reduzir a inadimplência dos consumidores. O BC considera inadimplentes empréstimos com atraso superior a 90 dias - hoje equivale a 8,2% das dívidas das famílias.