15/06/2010

Lula decide hoje se veta reajuste dos aposentados

Fonte: O Povo
 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não fará nenhuma “extravagância” motivado pelo período eleitoral, mas o que for melhor para o País.“Estamos vivendo um momento tão bom que vou fazer aquilo que for melhor para o Brasil. Não pensem que me deixarei seduzir por qualquer extravagância que alguém queira fazer por conta do processo eleitoral. Minha cabeça não funciona assim. O Brasil não jogará fora no século 21 as oportunidades que ele jogou fora no século 20”, disse a jornalistas após uma solenidade em Queluzito (MG).
A proposta do governo, expressa em uma medida provisória (MP), era conceder aumento de 6,14%. A área econômica do governo recomendou ao presidente que vete o reajuste aprovado no Congresso. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que se a área econômica convencer o presidente a vetar o aumento aprovado pelo Congresso, os 6,14% previstos na MP original serão mantidos. O fim do fator previdenciário, outra mudança feita na MP pelo Congresso, também deve ser vetado pelo presidente Lula.
O presidente decide hoje se veta o reajuste de 7,7% para aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo por mês. No mesmo texto, Lula define se deve ser encerrada a vigência do fator previdenciário – redutor das aposentadorias. O prazo final para as definições é esta terça-feira.
 
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, reiterou que a equipe econômica ratificou a recomendação a Lula para que vete o reajuste de 7,7% e mantenha o percentual de 6,14%. “Nós fizemos a recomendação para o presidente Lula. Ele vai tomar a decisão na terça-feira. Vamos ver como fica”, disse ele, depois da convenção nacional do PT, em Brasília.

Para o ministro, um eventual veto do presidente ao maior percentual não prejudicará a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff. “Não tem nada disso. Primeiro, isso não se mistura com eleição”, disse Bernardo. Segundo ele, a orientação para o menor reajuste é uma medida para garantir o equilíbrio das contas públicas. “Isso significa reposição da inflação, mais 2,6 de aumento real. Ninguém pode dizer que o governo do presidente Lula está maltratando os velhinhos”, afirmou Bernardo.

O reajuste foi aprovado pela Câmara e pelo Senado, que alterou o texto da medida provisória editada pelo governo concedendo a partir de 1º de janeiro deste ano um reajuste de 6,14%. Mas o tema dividiu a base de apoio ao governo. (Agência Brasil)

EMAIS

- Para aliados, os percentuais variaram de 6,14%, conforme o acordo firmado com as centrais sindicais, a 7%, defendido pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e a 7,7%, defendido por governistas, como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC).

- Para autoridades do governo Federal, a aprovação do fim do fator previdenciário (redutor das aposentadorias) foi resultado de falta de atenção de parlamentares da base aliada, que permitiu a votação de uma emenda que estabelecia a nova proposta. Para reverter o resultado, resta apenas o veto do presidente.

- O ministro da Previdência Carlos Eduardo Gabas disse que estão estudando todas as alternativas, para que o presidente não tome a decisão em cima de apenas uma alternativa. Gabas disse que “existe uma discussão reservada dentro do governo com posições favoráveis e contrárias