A falta de informação por parte de alguns estabelecimentos conveniados ao programa "Aqui tem farmácia popular" pode prejudicar a distribuição gratuita de medicamentos para diabetes e hipertensão (pressão alta), que começa hoje. São 15 mil farmácias conveniadas ao programa, que beneficia 1,3 milhão de pessoas/mês, das quais 660 mil são hipertensos e 300 mil diabéticos.

Conforme constatou a reportagem do Diário do Nordeste, existe desinformação por parte dos atendentes de farmácias que, mesmo tendo o selo de "Aqui tem farmácia popular", não sabem explicar como será o funcionamento.

"Ainda não está liberada a lista", informou um balconista que não quis se identificar. Em outra farmácia, o balconista informou "se o medicamento fizer parte da lista e ele trouxer a receita e o CPF, terá direito, sim". Por enquanto, prevalecem as regras usadas pelo desconto no qual o governo entra com 90%, sendo necessária a apresentação da receita (dura por três meses), o CPF e um documento com foto.

Outro atendente respondeu: "ainda falta uma reunião com os donos de farmácia. Mas a senhora pode vir, amanhã, que a gente olha no sistema. Mas não sei dizer se vai funcionar", disse.

Em Fortaleza, existem três farmácias populares, sendo duas gerenciadas pela Prefeitura. Uma fica no Centro, e as outras nos terminais de ônibus do Siqueira e Parangaba.

De acordo com informações da Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), "as farmácias populares estão preparadas para realizar o atendimento". As farmácias conveniadas ao programa "Aqui tem farmácia popular" devem se adequar à determinação da presidente Dilma Roussef, anunciada no dia 3 de fevereiro.

A medida é considerada "ideal" por Cristina Façanha, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes no Ceará, ao explicar que são 39 mil pacientes cadastrados no Centro de Diabetes e Hipertensão do Estado do Ceará, onde trabalha. "O diabetes é uma doença crônica e a aderência de forma contínua ao tratamento é uma condição básica para o sucesso", diz.

Ela explica que muitos pacientes conseguem a consulta via convênio, mas esbarram na falta de condições para comprar o remédio e não esconde a apreensão de que o programa não funcione de forma correta. Um dos temores é a falta de orçamento faça com que falte medicamento e que o paciente passe, por exemplo, uma semana sem tomar. Outra preocupação é que, muitas vezes, é necessária adaptação, troca de medicamentos e cada caso deve ser estudado de forma separada, com orientação médica.

Lista completa

Hipertensão

Captopril 25 mg; Maleato de enalapril 10 mg; Cloridrato de propranolol 40 mg; Atenolol 25 mg; , Hidroclorotiazida 25 mg; e Losartana Potássica 50 mg

Diabetes

Glibenclamida 5 mg; Cloridrato de metformina 500 mg; Cloridrato de metformina 850 mg; Insulina Humana NPH 100 UI/ml - suspensão injetável, frasco-ampola 10 ml; Insulina Humana NPH 100 UI/ml - suspensão injetável, frasco-ampola 5 ml; Insulina Humana NPH 100 UI/ml - suspensão injetável, refil 3ml (carpule); Insulina Humana NPH 100 UI/ml - suspensão injetável, refil 1,5ml (carpule); Insulina Humana Regular 100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola 10 ml; Insulina Humana Regular 100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola 5 ml; Insulina Humana Regular 100UI/ml, solução injetável, refil 3ml (carpules) ; e Insulina Humana Regular 100UI/ml, solução injetável, refil 1,5ml (carpules)