27/02/2009

Medicamentos terão reajuste até o dia 15 de março

Fonte: O Povo / Negócios
 
Vinte mil medicamentos sofrerão aumento de preço entre os dias 10 e 15 de março. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não tem o percentual do reajuste, que depende de quatro critérios básicos de avaliação. O principal deles é o Índice Nacional de Preços Amplos ao Consumidor (IPCA) de fevereiro, que só será divulgado em março. Sem esse dado, que é utilizado como base de referência, ainda não é possível calcular a nova tabela.

Também são critérios de avaliação do aumento o preço dos insumos farmacêuticos, a participação dos genéricos no mercado - que não podem ficar mais caros que os remédios de marca - e o tamanho do lucro dos laboratórios. Segundo a Anvisa, ficam de fora do reajuste os medicamentos homeopáticos, fitoterápicos e os que não necessitam de receita médica, como comprimidos para dor de cabeça, por exemplo.

A presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF-CE), Marize Girão, foi pega de surpresa pelo anúncio do reajuste, mas não acredita que aconteça qualquer abuso na nova prática de preços. “É importante o Governo regular os valores cobrados pelos laboratórios, assim evita-se grandes problemas, como lobbies e formação de cartel”, acredita Marize.

A dona de casa Naisa Ferreira, de 69 anos, controla a pressão com uso de medicamentos. Ela espera um reajuste pequeno. “Se o remédio ficar muito mais caro minha pressão vai subir junto”, brinca.

Inflação
Maria Normina Coelho, de 41 anos, utiliza dois anti-depressivos diariamente. Juntando todos os remédios que usa, no final do mês, deixa na farmácia R$ 300. “Normalmente, os aumentos são em janeiro. Este ano ainda não sabemos de quanto será. Se for maior que a inflação, fica complicado”, diz.

Após a divulgação do aumento feita pela Anvisa, as empresas têm até o dia 31 de março para adequar suas tabelas de preço aos novos valores. Os laboratórios que descumprirem as regras receberão multas que variam de R$ 212 a R$ 3,2 milhões.

Marize Girão lembra que o Governo determina um teto máximo, mas a indústria farmacêutica deve aplicar descontos. “A Anvisa orienta, mas quem realmente determina o preço é o mercado”, explica. Ela acrescenta que os chamados medicamentos de referência não recebem o abatimento.

Quanto à denominada “guerra dos descontos nas farmácias”, a presidente do CRF diz que o que deve aferir qualidade a uma drogaria é o atendimento. “Não podemos admitir as farmácias fast food. Infelizmente o que vemos hoje é uma briga de preços”, lamenta..