28/01/2010
O Ceará já registra as primeiras precipitações do ano. Por isso, deve-se redobrar a atenção em relação aos raios
Em
meio às tempestades do Sudeste e às chuvas que já começam a despontar
no Ceará, a temperatura em Fortaleza dá sinais de mudança. Na noite da
última terça-feira, o morador da cidade até se sentiu mais aliviado com
a chuva que caiu e aliviou a quentura dos últimos dias. Mas foi só a
precipitação passar para a sensação de abafado voltar e deixar o
fortalezense incomodado.
Segundo dados da Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a previsão do tempo para
esta semana é de "chuva isolada pela manhã com tendência a céu
parcialmente nublado no decorrer do período". Desde segunda-feira, a
temperatura na Capital tem variado entre 25 e 30 graus.
Porém,
mesmo que as precipitações sejam leves, há cuidados que não podem
deixar de ser considerados. Como informa um engenheiro eletricista do
Centro de Controle de Sistema (CCS) da Coelce Wilson Barreto, o
primeiro costume a ser repensado nesta época é o tradicional banho de
chuva. Isso porque, segundo ele, estar calçado não é suficiente para
evitar uma descarga elétrica. "Quando ela se estabelece, não existe
isso de estar isolado ou não", afirma.
Árvores
O
que também deve ser evitado, durante a precipitação, é subir em
árvores, ficar em locais descampados, segurar estruturas metálicas,
usar torneiras e chuveiros elétricos. "Normalmente as partes mais altas
estão mais sujeitas a receber um raio. Aqui no Ceará, isso é ainda mais
comum na Região Norte, que responde por cerca de 60% do total de
ocorrências", explica.
Portanto, seguro mesmo é ficar em casa
quando está chovendo. No caso dos centros urbanos, como Fortaleza, a
vantagem é que há muitos para-raios (sistemas de condutores metálicos)
dispostos, em geral, no alto de prédio e casas, ligados à terra, que
têm como função dar um caminho mais fácil às descargas elétricas
atmosféricas e evitar danos. Isso, conforme destaca Wilson Barreto,
torna a cidade "naturalmente protegida".
Além disso, a Coelce
dispõe de um sistema, fruto de parceria entre a companhia, a
Universidade Estadual do Ceará (Uece) e a Universidade de São Paulo
(USP). Trata-se do Sistema de Monitoramento de Descargas Atmosféricas
para o Ceará, que identifica o local de queda do raio na rede elétrica,
prevê tempestades e, a partir desses levantamentos, minimiza o tempo de
atendimento e manutenção, se for o caso. O modelo, que funciona desde
janeiro de 2009, também identifica áreas de maior incidência. Para
isso, existe um sensor no campus do Itaperi.
O equipamento manda
informações para o sistema, que localiza a coordenada do raio, mostra
onde é a ocorrência e envia e-mail para a equipe da Coelce. Parte dos
dados pode ser vista no endereço eletrônico www.zeus.iag.usp.br/coelce.
No ano passado, um total de 100.870 descargas foram registradas no
Ceará. Em 2010, até a semana passada, foram cerca de 5.000.
Consumo
Com
o calor, aumenta o consumo de energia e água. O motivo é o uso mais
constante de equipamentos como ventiladores e condicionadores de ar e
também a maior frequência de banhos. O consumo de energia elétrica no
Ceará, durante o ano passado, já foi 3,8% maior em relação a 2008. Em
relação ao consumo de água, no primeiro semestre, a média de aumento
costuma ser de 4,66%.
Monitoramento
5
MIL raios já foram registrados, em todo o Estado do Ceará, em 2010, até
a semana passada. A informação é do Sistema de Monitoramento de
Descargas Atmosféricas
MARTA BRUNO
REPÓRTER