28/07/2011
O engano da psicóloga
Gentil Teixeira Rolim
Diretor de Cultura da AAFEC e
membro da Academia Municipalista
de Letras de Fortaleza.
I
Certa vez uma psicóloga
Atendeu um cidadão
Se dizendo acometido
De uma grande depressão
Cabisbaixo e pessimista
Conta à especialista
A sua situação.
II
Doutora eu não estou prestando
Pra mais nada nesta vida
Para mim tudo é tristeza
Estou “num beco sem saída”
Maldade da natureza!
Preciso da sua ajuda
Posso contar com certeza.
III
A causa da depressão
É difícil definir
Analisei tudo que fiz
Não consegui descobrir
Mas com a ajuda da senhora
Claro que vou conseguir
Desta angústia sair.
IV
A psicóloga falou
Seu stress é violento
Você tome esses remédios
Mas, pra ficar cem por cento
Eu não lhe engano por que
Depende mais de você
Do que do medicamento.
V
Onde tiver uma festa
Você logo entre em clima
Quem sabe você por lá
Se distrai e se anima
E volta a ser o que era
Você então recupera
Toda a sua auto-estima.
VI
Inclusive eu também soube
Que está aqui na cidade
Um circo que o espetáculo
É de ótima qualidade
Você deveria ir
Que além de se divertir
Sai da ociosidade.
VII
Lá tem o palhaço Zeca
Que é filho do Antônio Gão
Tem cara de alegria
Comanda a animação
E diz ser apenas Zeca
Sem sobrenome de Gão.
Pra não causar confusão.
VIII
O Zeca é muito alegre
É o melhor da companhia
Vá assisti-lo de perto
Veja quanta simpatia
Em cima do picadeiro
Transformando o circo inteiro
Num mundo de alegria.
IX
Vá com a sua família
Convide os seus camaradas
Vá ver o Zeca contando
Engraçadíssimas piadas
Que mesmo assim depressivo
Você vai achar motivo
Pra dar boas gargalhadas.
X
Doutora a senhora sabe
O que foi que aconteceu
Com esses conselhos todos
Que a senhora me deu?
Aumentou minha tortura
Pois o meu mal não tem cura
Porque o Zeca sou eu.