04/01/2010

O impacto do novo mínimo

Fonte: O Povo
 
O novo salário mínimo, de R$ 510, que começou a vigorar no dia 1º, tem implicações no mercado de trabalho e, mais ainda, nas contas públicas. ``Talvez seja o preço mais importante em termos sociais no Brasil, mais do que a taxa de câmbio e a taxa de juros``, disse o economista Marcelo Néri, chefe do Centro de Políticas Sociais (CPS) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em entrevista à Agência Brasil.

Nos últimos 14 anos, o aumento do salário mínimo atingiu 120%. "É uma taxa bastante grande de aumento e ele impacta no seguro desemprego, nas aposentadorias. Eu diria que o aspecto das transferências públicas é mais importante até no Brasil do que o impacto sobre o mercado de trabalho", afirmou.

Para Néri, no entanto, os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, têm mais efeito no combate à pobreza do que o salário mínimo. De acordo com o economista da FGV, o salário mínimo atua principalmente na melhoria da renda da classe D, enquanto a classe E é a grande beneficiária do Bolsa Família.

Já as classes A e B, segundo ele, são favorecidas pelos benefícios da Previdência acima do salário mínimo. O chefe do CPS/FGV revelou que, atualmente, 24% da população vivem numa faixa de renda familiar de R$ 800 a R$ 1,1 mil. ``Essas pessoas são muito impactadas pelo salário mínimo``, disse.