03/12/2010
Parlamentares de diversas unidades da Federação
participaram de uma reunião inédita na história do CONAFISCO.
Vereadores, deputados estaduais, federais e um senador discutiram os
interesses da classe fiscal e seus reflexos para a sociedade, em um
debate aberto com presidentes de sindicatos, delegados e diretores
sindicais.
O deputado federal e auditor João Dado lembrou que o fisco está
procurando ter mais voz e voto. “Muitas vezes quando falam em reforma
tributária, o fazem sem o embasamento necessário para atender a
sociedade. E é aqui que está este embasamento, na representação de 37
mil auditores fiscais estaduais. A FENAFISCO vem perseguindo este
caminho e eu tenho procurado ajudar”, disse ele, lembrando que seu
mandato foi conquistado muito graças à classe fiscal. O deputado
levantou o tema do teto salarial, que passou a ser, em relação ao fisco,
um constrangedor da categoria. “Já avançamos em 12 estados, mas ainda
temos um longo percurso. A remuneração de um agente público não deve
estar vinculada a um agente político de caráter transitório. A nossa
remuneração tem caráter alimentar, então, nada mais adequado que um
teto único”, disse.
Dado citou a PEC 89, que trata do tema e limita a remuneração ao
patamar dos ministros de Supremo. Já a PEC 210 define que a categoria
integre uma carreira exclusiva de Estado, o que evita demissão por
avaliação de desempenho. Um terceiro instrumento de defesa do fisco e
da sociedade é a PEC 186, que no texto da Constituição vai defender a
Lei Orgânica da Administração Tributária. “A nossa tarefa está num
processo de transição e esta reunião é histórica pela grande
representatividade de parlamentares”, completou.
Prestígio nacional à causa fiscal
Parlamentares e sindicalistas do Fisco defenderam maior participação política
O anfitrião do evento, Fabiano Dadam Nau, agradeceu aos
parlamentares, que vieram a Santa Catarina prestigiar o CONAFISCO.
“Esperamos ter cada vez mais adesões na defesa da causa do fi sco,
independentemente de região e ideologia, que defendam o Estado
Brasileiro por meio do fortalecimento da administração tributária”,
disse ele. O presidente da FENAFISCO, Rogério Macanhão, disse que a
Federação atua de forma muito ampla e que deverá prosseguir com a nova
gestão. “Temos três linhas claras de ação: corporativa, social e defesa
dos órgãos públicos e do Estado Federado. Queremos um país
descentralizado e Estados com poder legislativo e tributário amplo.
Desenvolvemos um projeto de participação política cujo coordenador era
nosso saudoso colega Ítalo, que trabalhou até o fi m na coordenação
geral desse projeto. O XV CONAFISCO é uma homenagem a esse nosso
companheiro”, destacou.
O senador Randolph Rodrigues Alves, do Amapá, lembrou que já participou
de outro encontro dos fiscais e reafirmou o compromisso com as
bandeiras da FENAFISCO por uma reforma tributária justa. “Fiscais e
auditores valorizados aprimoram a atividade central das administrações,
que é a arrecadação”, frisou.
Lideranças pelo fisco - Manoel Isidro, presidente eleito da FENAFISCO,
lembrou que para ter mais apoio político, a categoria precisa priorizar
algumas metas. “Gostaria de provocar os parlamentares para que nos
orientem sobre a melhor forma de trilhar este caminho”, assinalou. O
deputado Renato Hinnig, de Santa Catarina, ex-presidente do
SINDIFISCO-SC e ex-diretor de Administração Tributária da SEFAZ-SC
sugeriu que cada colega em seu sindicato possa identificar aqueles que
já estão militando na política. “Aqui em Santa Catarina somos três
deputados estaduais e um federal. Esse levantamento nos permite
promover um encontro para começar a discutir essa questão política”,
destacou.
O deputado Amauri Teixeira, da Bahia, destacou a Lei Orgânica do Fisco
para balizar e dar diretrizes para todo o fi sco, consequentemente um
respaldo social mais forte. “Os que mais reclamam da carga tributária
são os que menos pagam tributos. Precisamos sim de uma reforma, mas que
mude esse perfi l injusto”, pontuou o parlamentar.
Cesar Colnago, deputado federal do Espírito Santo, reafi rmou o
compromisso com os sindicatos e a Federação. “Queremos identifi car as
lideranças políticas dentro da nossa classe e a elas direcionar nosso
apoio. O coração da máquina é o fisco e queremos um Estado que dê conta
de suas demandas”, disse.
O deputado estadual Reni Pereira, do Paraná, lembrou que as discussões
referentes à reforma tributária precisam estar sempre em harmonia com
os sindicatos do Fisco. Ubiracy Picanço, segundo suplente do senador
Capiberibe, do Amapá, defendeu a idéia de candidatos ligados à
categoria, com união de forças em poucas candidaturas.
As proposições tiveram apoio também de Antonio Pereira, fiscal e
vereador de Campina Grande, na Paraíba, Chico Lopes, deputado federal
do Ceará, Arthur Bruno, deputado federal do Ceará e do deputado J.
Barreto, do Mato Grosso, que destacou a necessidade de melhora geral
das condições de trabalho para toda a categoria.
Fonte: Boletim XV CONAFISCO - nº 03 - 1º de dezembro de 2010