O sória Maria Cavalcante, 44, faz parte dos cerca de três milhões de usuários das linhas de transporte público da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Ela percorre o trajeto de Maranguape a Fortaleza - e volta -, cinco dias por semana. O custo com deslocamento é de R$ 90 por mês.

"Saio pelo Expresso, às 6h40min e volto às 18h20min. Eu acho que é um dos maiores valores intermunicipais do País. É caro para o serviço que é oferecido", avalia Osória. Pela proposta da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Ceará (Arce), a tarifa do trecho seria reduzida para R$ 4,08, o que representaria uma economia de R$ 120 por ano para a auxiliar administrativa.

A Arce apresenta hoje a proposta de redução média de 9,4% nas tarifas de transporte público intermunicipal da RMF. Discutirão os argumentos e parâmetros da agência, às 16 horas - em reunião às portas fechadas -, representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Ministério Público Estadual (MPE), Decon e as prestadoras de serviço de transporte público.

Pelo contrato com as empresas, a Arce só intervém de quatro em quatro anos para avaliar os custos e sugerir modificações na tarifa. Conforme a assessoria de imprensa da entidade, em cinco anos, foram três reajustes. Em novembro de 2005, houve uma alta média de 8,30%; em dezembro de 2006, de 2,81%, e, em agosto de 2008, o aumento médio foi de 10,04%.

O fluxo de passageiros na RMF é variável, depende do período do ano. Contudo, cerca de 3,420 milhões, em média, de usuários utilizam as linhas nos seis anéis de tráfego, conforme informou o Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran) . Desse total, três milhões pagam passagem e 420 mil possuem gratuidade (idosos, operadores da frota, e policiais militares).

Conforme o engenheiro do Detran, Joaquim Rolim, o órgão é responsável por coletar os dados com a Arce. Ele comenta ser provável que a redução de 9,4% ocorra, já que o Governo do Estado conseguiu uma redução média de 14% nas passagens para o Interior.

Está em curso o processo de colaboração da população na audiência pública que discorre sobre o transporte metropolitano. O mecanismo participativo serve para qualificar o serviço e o estado de conservação dos ônibus, dar sugestão de novas linhas, além de manifestar quaisquer queixas.

As contribuições podem ser feitas por meio do site da Arce (www.arce.ce.gov.br), pelo [email protected] e pelo fax (85) 3101 1034. A audiência vai até 22 de janeiro.

Serviço
Não há unanimidade quanto ao estado de conservação dos veículos e ao serviço. O publicitário Cleiton Viana, 36, utiliza o transporte metropolitano. Ele comenta que a quantidade de ônibus, até o começo da noite, é satisfatória. "Os ônibus são bem conservados, novos, mas há alguns desgastados." Claiton destaca que a frota deveria ser toda nova para valer o preço que se paga.

Segundo a assessoria de imprensa do Detran, a idade máxima das vans e ônibus devem ser de cinco anos, conforme licitação pública realizada em 2008 para as empresas prestadoras de serviço. ``O usuário passou a ser transportado com mais segurança. A manutenção da frota é de responsabilidade das cooperativas."


NÚMEROS

2,7
MILHÕES DE USUÁRIO PAGANTES USAM ÔNIBUS METROPOLITANO.

9,4%
É O PERCENTUAL MÉDIO DE REDUÇÃO QUE A ARCE PROPÕE PARA TARIFA