09/11/2015

Renda futura confortável

Com o rombo na previdência pública estimada pelo próprio Governo em R$ 124,9 bilhões para 2016, o que o tem levado a pensar de forma recorrente em novas fórmulas para equacionar esta conta, procurar opções para complementar a renda em longo prazo se faz cada vez mais necessário para os brasileiros que querem desfrutar de mais segurança financeira no futuro. Dentre os tipos de investimentos, os planos de previdência privada têm sido os mais usuais. Para os especialistas, quanto mais cedo começar a planejar o futuro, melhor.

“O teto hoje para pagamento de aposentadoria pela previdência pública é de R$ 4.663,75. Além disso, o cenário da previdência pública é nebuloso, daí é interessante fazer uma previdência privada o quanto antes para complementar esta renda no futuro” afirmou o economista da Invest Métrica Consulting, Alípio Leitão.

Ele explica que a idade mais avançada não é um impeditivo para este tipo de investimento. Porém, quanto mais cedo se começar a investir, menos terá que disponibilizar mensalmente para atingir um valor considerável na hora do resgate do plano. Tudo vai depender do objetivo que se quer atingir no ato da contratação.

Alípio cita o exemplo de uma pessoa que tenha em torno de 30 anos. Se ela quiser ter disponível aos 60 anos um valor de R$10 mil por mês do plano de previdência privada, pelos próximos 30 anos, teria que desembolsar, desde agora, em torno de R$ 1,6 mil, por mês. “Já a pessoa que começa a fazer este investimento aos 50 anos, teria que fazer um aporte muito maior por mês, para poder conseguir desfrutar a mesma coisa pelo mesmo período”, afirmou.

Ao optar por este tipo de investimento, o consumidor deve levar em consideração, dentre outros fatores, a renda mensal que a pessoa tem hoje; a capacidade que tem de disponibilizar mensalmente para o plano; e quanto pretende alcançar no longo prazo.

Na contratação de planos abertos – o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) - o dinheiro pode ser sacado de uma só vez ou em parcelas mensais. O rendimento também não é predefinido e pode variar de acordo com o plano e os riscos que se está disposto a correr. Porém, o economista alerta que, pela meta atuarial, a rentabilidade destes investimentos deve ser, no mínimo, o da inflação e mais 6%.

Outro ponto que deve ser considerado é o tipo de declaração de imposto de renda. O PGBL, por exemplo, é recomendado para pessoas com renda mais alta, pois o valor pago ao plano pode ser abatido no Imposto de Renda, com limite até 12% de sua renda bruta anual. Porém, quando o dinheiro é sacado, o imposto pago é calculado com base em todo o montante acumulado (depósitos e rendimentos).

Já o VGBL, não pode ser abatido no Imposto de Renda, mas quando o dinheiro é sacado, o imposto cobrado é referente ao que o dinheiro investido rendeu. É mais indicado para pessoas que têm renda menor, que fazem a declaração simplificada do imposto de renda ou que nem declaram imposto.

Para quem pretende alcançar maior rentabilidade em um prazo menor, hoje, a aplicação em Títulos do Tesouro Direto pode ser uma opção mais indicada que a previdência privada, afirma o mestre em economia e planejador financeiro, Eldair Melo. “Hoje o Título do Tesouro Direto está remunerando mais do que a previdência privada. Como a tendência da taxa de juros é de aumento, a previdência privada não vai subir tanto quanto a dívida do tesouro”, afirmou.

 

Fonte: O Povo Online