Concomitantemente, nesse período em que a categoria fazendária se
encontra em Assembleia Permanente, em que houve paralisação de suas
atividades no dia 10, o Sintaf avança na defesa intransigente de uma
questão preocupante. Na segunda-feira (8), mesmo dia em que houve uma
manifestação de repúdio pela instalação dos equipamentos, o departamento
jurídico do Sintaf protocolou junto a Vara dos Feitos da Fazenda
Pública de Fortaleza uma Ação Ordinária com pedido de antecipação de
tutela, solicitando a retirada dos equipamentos já instalados e
suspensão do projeto.
A Administração da Sefaz justifica que a utilização dos equipamentos de
monitoramento do ambiente operacional e guichês individuais de trabalho
teriam três pressupostos: segurança, gerenciamento e transparência e
que o servidor jamais sofreria qualquer tipo de constrangimento, mas não
é o que vem acontecendo, uma vez que o Sintaf tem recebido diversos
relatos de servidores indignados com a forma intrusiva do monitoramento
de suas atividades, sofrendo temor, vexame e sofrimento psicológico.
A petição inicial elaborada pela banca Valmir Pontes, Rodolfo e Teles
Advogados, mostra os malefícios que já estão ocorrendo e aponta temores
que podem ser causados, como publicização de senhas funcionais,
vazamento de imagens, utilização depreciativa das imagens captadas por
atos de “descontração”, avaliação negativa e pejorativa dos servidores,
acumulação de imagens pessoais no banco de dados, assédio moral,
exposição ao scaneamento público, visualização em tempo real pela
internet, acesso às gravações pela internet, empresas privadas
operacionalizando as imagens, acesso através de dispositivos móveis por
qualquer gerente ou terceirizado em tempo real e por 24 horas, dentre
outras.
Além dos fatos elencados, que podem gerar prejuízos e danos
irreparáveis aos servidores, com consequências inimagináveis a saúde,
equilíbrio psicossocial, ao desenvolvimento profissional e pessoal e à
harmonia no convívio com seus pares, outras posturas gerenciais vem
acontecendo, onde há registro de telefonemas noturno para que o servidor
retorne ao seu ambiente de trabalho para desligar o equipamento que
porventura ficou ligado, ordens expressas para correção de determinada
postura corporal, manutenção de determinado números de servidores em
certo local, contraordem para retornar o posto de fiscalização diante da
fiscalização de caminhão sem carga e outras ordens emanadas diretamente
da gerência superior da Sefaz.
Vale ressaltar que desde o início o Sintaf se dispôs a dialogar com a
coordenação do projeto para discutir a medida, desde que ela não gerasse
transtornos e insatisfação da categoria e que fosse utilizada com único
objetivo de garantir a segurança dos servidores, tal como a instalação
no ambiente externo aos prédios e nas áreas comuns (corredores, e.g.),
bem como a normatização prévia antes de qualquer instalação desses
artefatos, como ficou acertado na reunião ocorrida no Conat/Corex em
maio de 2011.
O Sintaf está atento a esse projeto e não abrirá mão de defesa da
categoria, bem como não permitirá projetos que resvalem no assédio moral
dos servidores fazendários.
Fonte: Sintaf-CE