Fonte: Diário do Nordeste
Mau hábito de não higienizar as mãos regularmente propicia a propagação da doença, segundo especialistas
Vermelhidão
nos olhos, irritação, coceira, secreção amarelada e sensação de areia
na vista. Esses sintomas, na maioria das vezes, são sinais claros de
conjuntivite. A doença é comum no período chuvoso, no entanto, engana-se
quem pensa que em tempos de muito calor está imune à infecção.
O
Hospital de Olhos Leiria de Andrade, referência em urgência
oftalmológica no Estado, tem registrado um aumento no número de casos da
doença nos últimos 30 dias. Segundo a médica Jusvânia Patrícia Leal,
"de cada 100 pacientes que atendemos diariamente, 30 correspondem a
casos da doença, o que não é normal para o período. Já no primeiro
semestre, os registros foram inferiores".
Conforme o médico
oftalmologista Evânio Martins, os pacientes são acometidos pelo tipo
viral da doença, que segundo ele não tem uma razão de ser. "Se fosse a
conjuntivite do tipo alérgica poderíamos associar a floração do caju".
Para
o presidente da Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC), David Lucena,
as mudanças climáticas propiciam o surgimento de grandes infecções e o
calor altera o sistema imunológico da população, que fica predisposta a
contrair doenças. "As altas temperaturas fazem com que as pessoas fiquem
em ambientes fechados como com ar condicionado, perto de ventiladores, o
que facilita a transmissão da doença. Fora que o calor, em demasia,
facilita as infecções".
No ano passado, o surto de conjuntivite
na Capital começou em março. Somente no Hospital de Olhos Leria de
Andrade, foram registrados 900 casos da doença. Em abril, o número
aumentou para mil casos e, em junho, último mês da quadra invernosa, o
hospital registrou o maior número de pessoas infectadas, 3.700. Para
2010, os números ainda não foram contabilizados estatisticamente, porém a
equipe do hospital afirma também se tratar de um surto.
Lucena
acrescenta que o mau hábito dos cidadãos em não higienizarem as mãos
regularmente, também propiciam a propagação da doença. "No Brasil
costumamos abrir as portas de banheiros coletivos e estabelecimentos sem
sequer usar um papel, quando na verdade essa prática deveria mudar". De
acordo com o oftalmologista, além da conjuntivite viral, existe a
alérgica e a bacteriana.
Ele explica que nem todo olho vermelho é
conjuntivite, o sintoma pode estar relacionado a infecções mais graves
como glaucoma, inflamação na córnea, entre outros problemas. Por isso o
médico recomenda que o doente procure imediatamente um oftalmologista, e
faça o tratamento adequado.
"Para a conjuntivite viral
geralmente usamos colírio lubrificantes, compressa gelada, e em alguns
casos anti-inflamatório. A pessoa que suspeitar estar com a doença deve
lavar as mãos regularmente e procurar o especialista o mais rápido
possível", alertou Lucena.
THAYS LAVOR
REPÓRTER