Consultar o saldo da conta, emitir cheque, pedir segunda via de cartão de débito. Tudo isso tem um custo para o cliente. E não é de hoje que os serviços bancários vêm ajudando a “engordar” o lucro das instituições financeiras. Mas, será que o consumidor sabe, na ponta do lápis, quanto custa determinado serviço? Pesquisa realizada pelo Diário do Nordeste constatou que os preços de algumas tarifas avulsas variam até 480% de um banco para outro.
A pesquisa abrangeu os bancos Bradesco, Citi, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Itaú, Real, Santander, Caixa Econômica Federal, HSBC e Unibanco. Compreendeu no levantamento dos custos das tarifas bancárias praticadas em 8 de junho deste ano, conforme dados do Banco Central (BC).
A maior variação encontrada foi na tarifa avulsa para saque de conta de depósito à vista e de poupança — pessoal ou presencial (na agência bancária). Com preço médio de R$ 1,75, a diferença entre o menor (R$ 0,50) e o maior valor (R$ 2,40) chegou a 480%. Para o mesmo serviço, só que em terminal e caixa eletrônico, o valor médio foi de R$ 1,77. A variação entre bancos atingiu 300%, sendo R$ 1,00, o menor custo, e R$ 3,00, o valor mais elevado.
No caso de tarifa do extrato mensal de conta de depósito à vista e de poupança - presencial ou pessoal (na agência bancária), a diferença de preços entre instituições financeiras chegou a 385%. Com preço médio de R$ 3,20, o menor valor cobrado foi de R$ 1,30, contra R$ 5,20 do maior custo. Para este mesmo serviço avulso, em terminal de auto-atendimento e outros meios eletrônicos, a média cobrada é de R$ 2,025. Mas a variação entre os bancos chega a 230%, levando em conta o valor menor de R$ 1,30, contra R$ 3,00 da maior tarifa.
Outro serviço bastante demandado pelos correntistas, o fornecimento de folhas de cheque — geralmente a partir da 21ª folha, dependendo do contrato com a instituição — tem custo bem diferente, conforme o banco. A variação chega a 320%, levando em conta a menor tarifa, de R$ 0,50, e a maior (R$ 1,60).
Vai ser cliente do banco? Pois saiba que a maioria das instituições cobra tarifa pela confecção de cadastro para início de relacionamento. E o valor varia até 295%, sendo, em média, de R$ 38,90. O menor custo anotado foi de R$ 20,00, ao passo em que o maior valor encontrado somou R$ 59,00.
Já a tarifa de fornecimento da segunda via do cartão de débito custa, em média, R$ 7,20. Mas, de uma instituição bancária para outra, a diferença chegou a 200%, com R$ 5,00 a menos tarifa e R$ 8,00 a maior. Registrou a mesma variação o fornecimento da 2ª vaia do cartão de movimentação da conta, com preço médio de R$ 6,90.
Transferência por meio de DOC/TED tem custos distintos quando a operação é presencial (na agência) ou em terminal de auto-atendimento ou outro meio eletrônico. O primeiro caso, a média de valor encontrado foi R$ 14,32, sendo 149% a diferença de um banco para outro. No segundo, R$ 7,15, com variação de 115% entre as instituições financeiras.
Conforme a legislação, as tarifas devem ser previamente informadas ao cliente. As agências devem manter afixadas, em locais visíveis, os dados relativos aos serviços cobrados e seus respectivos valores, bem como a periodicidade da cobrança. Resta ao consumidor, pesquisar para manter a conta a um custo acessível.
Samira de Castro
Repórter
